sábado, 11 de abril de 2009

OPINIÃO!!!!!!

Adriano descobriu a fama aos 17 anos, lançado ao time principal do Flamengo pelo técnico Paulo César Carpegiani, na Gávea. Saiu dos juvenis para fazer gols, e começou a fazê-los logo em seu segundo jogo no time principal, datado de fevereiro de 2000. No Rio- São Paulo daquele ano, seu time precisava desesperadamente da vitória sobre o tricolor do Morumbi para chegar à semifinal. Com menos de 5 minutos o garoto fez um gol. Depois, deu passe para mais três. Uma vitória por 5-2 coroou a estreia do menino nascido na favela da Vila Cruzeiro.

Na sequência, Zagallo, então no comando do clube Rubro-Negro, começou a escalar o jogador com frequência. Foi campeão estadual e marcou alguns gols na Copa João Havelange. Surpreendendo a todos, Leão o convocou para o jogo contra a Colômbia, nas Eliminatórias da Copa de 2002. Ele não foi bem. A torcida rubro-negra pegou no pé, pois seu estilo trombador não agradava e o apelidaram de ‘Bonde’ e ‘Centopéia’.

O Flamengo então, como um bom pai, ajudou o jogador e lhe deu toda base psicológica que precisava, não é? Não. Na verdade o Flamengo usou-o como moeda de troca para trazer Vampeta, que estava na Inter de Milão. Uma vida longe de seus familiares, de seu pai Almir, a quem tinha como exemplo de vida, de homem, a quem tentava se espelhar. Não se adaptou. Foi então repassado para Fiorentina e Parma, clubes com pressão menor. Conseguiu render e voltou para Milão. Foi o grande responsável pelo título da Copa América de 2004. Ganhou também a Copa das Confederações em 2005.

Mas sua vida começara a perder sentido com a morte do pai Almir, em 03 de agosto de 2004. O garoto viu sua vida em uma montanha russa. Dos bailes funk na Vila Cruzeiro, virou o Imperador de Milão. O dinheiro lhe trouxe prazeres, luxo, fama. Após perder sua base emocional Adriano se perdeu. Eleito duas vezes o pior jogador da Itália pelos torcedores, seu Império acabou. Seduzida pela estrutura são-paulina, a Inter o emprestou ao clube paulista para que o atacante voltasse a brilhar, mas o próprio São Paulo admite que sua contratação foi um erro, tanto é que nem cogitou tentar prolongar o empréstimo.

Adriano voltou para a Itália com a confiança de José Mourinho, mas, nesta semana, admitiu que perdeu o prazer em jogar futebol. O Blog Jornalismo Esportivo quer discutir até que ponto a fama atrapalha a vida de um jogador que, ao sair do nada, é transformado em ídolo absoluto de um clube europeu, mesmo sem o preparo psicológico para isso.

Por: Felipe Simi
O talento de Adriano, como jogador, vai fazer falta ao futebol enquanto ele estiver afastado. Poucos atacantes no mundo – inclusive os da seleção brasileira - têm o mesmo perfil técnico, explosivo e matador. Sem ele, o 17º scudetto pode ficar mais longe de Milão.

Tudo porque, na última quarta-feira, Adriano resolveu ‘dar um tempo’ para a carreira. Aos 27 anos de idade (nove de carreira), disse ter perdido a alegria de jogar. O verdadeiro motivo, claro, é outro. Um outro talento. E este, por sinal, ele ainda não conseguiu driblar.

Adriano não é o primeiro nem o último jogador de futebol a passar por essa situação. Só no Brasil, há vários exemplos: Garrincha, Casagrande, Edmundo, Ronaldo, Robinho, etc.

Seja como jornalista, seja como torcedor, acho que eu seria irresponsável se comentasse publicamente, neste blog, o que penso sobre a vida privada de alguém que nunca conheci.

Por: Marcelo Braga
Gols, sucesso, fama. Esse foi o caminho de Adriano. Sem estrutura psicológica, o jogador resolveu se aproveitar de todo o dinheiro ganho para viver em noitadas, mas essa não é uma situação que mereça críticas. Muitos jogadores escolhem este caminho, enquanto outros, como Kaká, vão pelo da religião. Porém, diferentemente de tantos outros jogadores baladeiros, o rendimento do Imperador em campo decaiu demais nos últimos anos.

E aí, as críticas que antes eram injustas, já que a vida pessoal de cada um não diz respeito a ninguém, começaram a ser merecidas pela sua evidente queda de rendimento aliada aos excessos. Nesta semana, Adriano cansou das críticas, como já havia cansado de ser esportista. É uma pena, pois se trata de um jogador com grande qualidade. Porém, sem motivação, nem Pelé seria o que foi.

Por: Rafael Zito
O que está acontecendo com o Adriano é algo triste e que faz com que façamos alguns questionamentos. Na minha visão, a maioria dos clubes brasileiros se preocupa apenas com a formação do atleta e deixa para segundo plano o lado humano, fator fundamental para que o ser humano possa desempenhar sua profissão com 100% de suas condições físicas, mentais e psicológicas.

A grande maioria dos garotos procura no futebol uma forma para crescer socialmente. Muitas vezes pobres e desprezados, esses atletas não estão preparados para a fama e o sucesso. Por isso, assim que começam a ser bem remunerados e paparicados, acham que podem fazer o que bem entendem. Isso acontece porque não há qualquer tipo de orientação e trabalho psicológico para que essa transição seja feita sem traumas.

Adriano começou a ter sucesso quando garoto e parecia que já estava com uma carreira consolidada, já que foi para a Europa e se tornou o Imperador, figura importante na Inter de Milão. No entanto, após a morte de seu pai e de outras frustrações pessoais suas fragilidades psicológicas apareceram. De 2006 para cá foram inúmeros acontecimentos negativos em sua carreira. Não tenho dúvidas que o problema de Adriano está na cabeça e não na sua capacidade de atleta. O que parecia ser um descompromisso com a carreira era, na verdade, uma falta de compromisso na vida.

Adriano precisa se recuperar, primeiro, como ser humano para, depois, pensar em retomar sua profissão. Fica um alerta para que os clubes olhem com mais carinho para a formação da pessoa juntamente com a do jogador. Fica a torcida para que Adriano consiga superar esse período complicado.

Imagem: Adriano: http://afonso9.files.wordpress.com/2007/06/adrianoca2004.jpg

12 comentários:

Persio Presotto disse...

Felipe, Marcelo e Zito: o Adriano, precisa, de fato, dar um tempo. Não apenas para o bem da carreira dele, mas, para a reorganização da vida pessoal dele. É um jogador muito bom, importante. Mas, do jeito que está, não podia ficar. Abraços, PP

Ribamar Xavier disse...

O Adriano precisa se encontrar. Está mais do que claro que ele está fora do contexto do futebol. Essa questão pessoal é decisiva no desempenho profissional de cada um, e o Adriano não foge esta regra. Acho que ele tem potencial ainda para mostrar dentro das quatro linhas, mas antes precisa descobrir se ele realmente quer voltar a ser um atleta.

Anônimo disse...

Opinião - Lucas Renato

O problema do Adriano é fora de campo. Isso todo mundo sabe. Ele é um ser humano como qualquer outro, e está sujeito aos momentos difíceis que a vida oferece para qualquer pessoa.

Acredito que a coisa começou a ficar ruim pra ele quando seu pai morreu. Na sequência, a catástrofe de 2006. Pra completar, a possível solução dos problemas nos goles de álcool.

Posso estar divagando de maneira errônea, mas o clima cinzento de Milão contribuiu para a tristeza do Adriano.

Muitas pessoas vão julgá-lo, mas, a meu ver, ele fez o correto. A pior coisa do mundo é ir, todo dia, trabalhar forçado. Por experiência própria e observação humana, não tenho dúvida de que Adriano voltará a jogar bola. As pessoas não conseguem ficar em casa, por muito tempo, sem fazer nada. A cabeça pira. Em breve, Adriano estará de volta, mas em um local que lhe pareça mais agradável.

Pra finalizar, gostaria de cumprimentar o Felipe. Muitas vezes os jornalistas saem falando uma quantidade incrível de absurdos sem conhecer a fundo as pessoas.

Meninos, parabés pelo blog e façam jornalismo de uma maneira justa.

Agrupacion Tradicional River Plate disse...

Les deseamos a todos Uds. una muy felices pascuas y nuestros augurios
para que sigan adelante con este muy buen medio alternativo.

Un abrazo riverplatense

Michele Roza disse...

Oi, meninos, saudade de vcs...
Então, sobre o Adriano, infelizmente não é um caso isolado do esporte, mas sim, mais um descaso das relações cotidianas e midiáticas na sociedade.
Um garoto da favela, que jogava pela paixão ao futebol, teve seu anonimato e pobreza substituídos pelas idolatria e riqueza. Cresceu repentinamente, o que pode ter prejudicado a compreensão do que se passava ao seu redor, do seu desenvolvimento pessoal e da sua profissionalização.
Agora, só depende dele escolher, e penso eu, que Adriano chegou no seu limite, no momento, e escolheu retornar em uma viagem de autoconhecimento.
Essa viagem não rende boas jogadas nem retorno financeiro, por isso, os julgamentos e críticas são de todos os lados.
Tempo é o que devemos a ele e a nós mesmos. Boas reflexões!!!
Beijos
Michele Roza

Thiago Fagnani disse...

Despreparo psicológico!

Agrupacion Tradicional River Plate disse...

Hola Amigos:
Esta es una OPINIAO sobre Adriano que encontramos en otro blogy que
reproducimos:

EL FÚTBOL DEJA A ADRIANO

La carrera de Adriano necesitaba un "vuelco"

Adriano no era feliz jugando al fútbol en Europa, cada vez que venia a Brasil por algún motivo siempre regresaba tarde a su club y cuando las raíces, la noche y tus problemas tiran mas que el propio profesionalismo, estas complicado.

Nunca se definió, no se sabía si estaba para crack , si iba a ser el goleador del Calcio o si iba a terminar jugando en Goias. Fruto de esa indecisión, en la cual es el único responsable, el alcohol, las mujeres y, porque no, las drogas terminaron devastando la carrera del ariete brasilero.


Hoy es un ex-jugador. Cuando dice que es feliz al lado de sus amigos y familiares esta queriendo dar rienda suelta a su vida llena de excesos, cualquier parecido con la historia de Ariel Ortega es mera coincidencia.

Declara que desde los 18 años sufre una gran presión. ¿Una gran presión es jugar en uno de los mejores clubes del mundo, integrar la seleccion de tu país y que remuneren esa actividad con millones de dolares?. Ay Adriano.


Esta historia ya tiene un final: el goleador jugando en el club del que es torcedor, Flamengo, metiendo mas goles en las boites que en las canchas, entrenando cuando quiere y perdiéndose el Mundial de Sudáfrica 2010. El final que el mismo Adriano siempre planeo y nunca se animo a ejecutar.
(http://www.tremendamentemotivados.com/)

El_Acertijo disse...

gracias a la Agrupacion River Plate por citarnos.
Adriano no quiere jugar al futbol profesionalmente, le gusta mucho la noche, las mujeres y el alcohol.
Ya no creo que cambie.

Abrazo

Tremendamente Motivados

Esteban dL disse...

muito baixo cayó Adriano.... no sé si podrá volver a jugar en un buen nivel... muita joda, jaja...

saludos!

Robinson disse...

Como minha vó dizia: "- Cuidado com o que você deseja; porque um dia você pode conseguir."

Adriano se revela uma pessoa completamente despreparada para ser um profissional do nível que ele atingiu.

Isso é reflexo do baixo nível de educação entre os meninos que entram com 10, 11, 12 anos na busca do sonho dourado no futebol. E por que não dizer, da sociedade brasileira em geral.

Adicione aí a falta de orientação por parte do clube e a ganância sem limites dos empresários e procuradores.

Ele pode voltar a jogar, e bem? Pode, porque ele tem muito talento. Mas se não aprender a administrá-lo, pode ser mais um daqueles que poderia ter sido muito mais.

Parabéns pelo blog!

cesar afonço disse...

Acho que se ele perdeu a vontade de jogar foi a melhor decisão que ele tomou.

Acho que essa invasão que houve na vida do Adriano o atrapalhou demais. Só acho que o Adriano não pode ser considerado vítima, ele fez muita besteira e acho que a carreira dele só depende de força de vontade do próximo jogador.

vlw boa páscoa

Pauliny disse...

O dinheiro não evita o choque cultural, a falta e a saudade da família estando tão longe de onde se nasceu e cresceu tampouco traz alguém que se ama de volta.

Concordo com o Rafael quando ele diz que é preciso um trabalho maior ao psicológico do atleta.

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