quinta-feira, 19 de março de 2009

Quem vencer mais, leva

Por: Rafael Zito

A maior novidade para o Mundial de Fórmula 1 de 2009 será o critério para decretar o campeão da temporada. O número de pontos não vai mais definir quem leva a taça. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) decretou que a partir desse ano o troféu de melhor piloto ficará com quem vencer o maior número de corridas somando os 17 GPs.

A mudança causou um burburinho entre pilotos e escuderias da categoria. A grande maioria reprovou a alteração do regulamento. O espanhol e bicampeão mundial, Fernando Alonso, é um dos contrários a mudança. “Não entendo a necessidade de mudar as regras deste esporte constantemente. Acho que este tipo de decisões só pode confundir os torcedores”, disse. “Espero que haja alguma forma de estas medidas serem reconsideradas em curto prazo”, concluiu ele, em seu site oficial.

Além de Alonso, o ex-piloto e heptacampeão da categoria, o alemão Michael Schumacher, foi outra opinião expressiva contra as mudanças. “De certo modo, a mudança a essa altura me assusta. Não posso imaginar que essas mudanças sejam para o bem da F1. Eu não vejo sentido em, eventualmente, termos um campeão mundial que pontuou menos do que o segundo colocado, embora eu também ache que a medida poderá acirrar a briga pela primeira posição”, avaliou.

Dentre os pilotos, os donos do espetáculo, o italiano Jarno Trulli, da Toyota, e o Jenson Button, da Brawn, também se mostraram insatisfeitos com o novo regulamento. “Será difícil entender por que um piloto com 60 pontos pode ser campeão em vez de um que tenha cem - comenta Button ao jornal esportivo italiano "La Gazzetta dello Sport". Trulli foi mais além e se mostrou preocupado com o futuro da F-1. “Parece que a F-1 quer morrer e todos teremos de ir correr em outros campeonatos. É correto tentar dar ao público mais, para melhorar o show. Porém, isso não deveria distorcer o espírito da Fórmula 1. Estou muito, muito preocupado”, disse ao Jornal “La Stampa”.

Mas a rejeição não é uma totalidade. Dois grandes nomes da categoria se expressaram a favor da nova regra. O chefão da equipe Renault, o italiano Flávio Briatore acredita que a novidade faz com que haja maior estímulo em busca da vitória. “Não tenho nenhum problema com este sistema. Acredito que é uma excelente motivação para que os pilotos busquem a vitória. A Fórmula 1 sempre se baseou nas vitórias e nas ultrapassagens, e se existe uma motivação extra, acho que tudo irá bem”, declarou ao site espanhol Marca.

Bernie Ecclestone, o grande chefe da F-1, também se mostra a favor de apostar nas vitórias. “A ideia é que os pilotos tentem vencer. O que estiver em segundo (em uma corrida) tenha que tentar ganhar a posição ao invés de pensar que esse primeiro lugar só lhe daria dois pontos a mais, o que é uma grande motivação”, expôs ao site Marca.

A mudança é polêmica e as opiniões estão na mesa. Não tenho dúvida de que valorizar a vitória seja uma saída boa, entretanto, definir o vencedor da temporada apenas pelo número de vezes que venceu é uma decisão muito simplória. Da forma como foi definido passou-se a desvalorizar aquele piloto que mantém a regularidade de bons resultados durante todo o ano. Uma forma mais justa de privilegiar a vitória seria oferecer uma diferença maior de pontos entre o primeiro e o segundo colocado.

Imagens:

Fernando Alonso - Agência AFP (foto 1)
Michael Schumacher - Agência Getty Images (foto 2)
Jarno Trulli - Agência EFE (foto 3)
Jenson Button - Agência Reuters (foto 4)

10 comentários:

Thiago Fagnani disse...

Não custa tentar!
Raros foram os campeonatos que o campeão teve menos vitórias. E vai muito interessante ver a briga pelo primeiro lugar. TODOS DEVEM GANHAR A GORA!! Vai ser legal pacas!! Mas, como havia dito, não custa tentar!

Boa Zitão, abraços!

Persio Presotto disse...

Zito, na boa, achei uma tremenda palhaçada essa história toda. abração, PP

Esteban dL disse...

Olá, obrigado pela visita, muito obrigado por seu comentario em D-C...

Bocha disse...

Gracias por comentar en AC, es un gusto que estes, saludos genio.

ABRAN CANCHA
www.abran-cancha.blogspot.com

Anônimo disse...

Rafael,

Meio que concordo com Thiago Fagnani.

O piloto com mais vitórias será o de uma equipe de ponta.
Ele terá pontuação alta de qualquer forma.

E observa-se o aspecto psicológico de cada GP pela busca da vitória.

Deixei mais aprofundada minha opinião no Blá blá Gol

Sabrina Machado disse...

Eu acho que uma alternativa mais sensata seria aumentar a pontuação do primeiro colocado. Daí talvez não houvesse tanta polêmica.

Acredito que a F-1 está se perdendo em tantas mudanças. É claro que é legal a disputa pela primeira colocação e que isso é importante para a emoção do esporte.

Mas acho essa mudança muito radical.

Quando surgir de novo um Schumacher na categoria, o piloto nem vai correr as últimas corridas, daí eu quero ver a emoção...

Mandou bem, Rafa... Parabéns...

Ricky_cord disse...

Acho justo. Assim não se vão assistir a corridas tácticas a jogar para o ponto

Anônimo disse...

Acho desnecessária a mudança. De certa forma a vitória seria mais valorizada, mas não vejo o porque mudar um sistema que mostrou ns dos últios ans que trás emoção até a última corrida, (no caso do Massa até a última volta...)

Seria um risco mudar o sistema em um tempo d crise j´que nõ sesabe s o novo dar´tão certo como o outro.

vlw abs

Felipe Simi disse...

Você tem razão, César.
E concordo com o Trulli.

Sou fã da F-1, mas parece que, nesta temporada, as coisas estão de cabeça para baixo.

Afinal, o 1º do ranking pode não ser o campeão no final... Barrichello, Brown GP e cia. assuntando todo mundo...

Parabéns pelo texto, Zito. Muito bem escrito. Abraços.

Marcelo Braga disse...

É uma discussão parecida com a dos pontos corridos...
E se, faltando ainda dois GPs, algum piloto já tiver um número inacançável de vitórias...ai os últimos GPs serão apeas para cumprir tabela..Isso não me parece bom..

abraços

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