Tendências do mercado (do futebol)

Por: Marcelo Braga

Nos primeiros meses do ano, o mercado de transferências pegou fogo no futebol. Um dos jogadores contratados pelo Corinthians para esta temporada foi o argentino Sérgio Escudero, de 25 anos, que deve fazer sua estreia nesta quarta-feira, contra o Mogi Mirim, pela sétima rodada do Paulistão. Após longa negociação, o atleta veio compor o elenco do técnico Mano Menezes. Mas qual é a posição do argentino? Ao ser contratado, o hermano disse jogar de volante, zagueiro ou lateral, posições pelo lado esquerdo do campo.

Sem colocar as condições técnicas do atleta em discussão, Escudero tem a característica preferida de dez entre dez técnicos do mundo: a versatilidade. No mercado do futebol, esta tendência vem sendo bastante valorizada, basta ver quem é o jogador de maior destaque do futebol brasileiro na atualidade: o volante Hernanes, do São Paulo, meio-campista de rara habilidade, capaz de desarmar um ataque adversário e de fazer uma jogada técnica de ataque com a mesma qualidade.

Durante a Eurocopa de 1988, o jornalista Divino Fonseca já dizia que era o fim da posição e o nascimento da função. Hoje, temos inúmeros jogadores com esta característica no futebol brasileiro. No próprio Corinthians, Elias vem sendo o maior destaque do começo de temporada, já que o jogador é capaz de exercer a função de segundo volante ou de um dos dois meias-armadores da equipe corintiana. No São Paulo, Muricy Ramalho tem também Arouca, Richarlyson, Jorge Wagner, entre outros.

Além de terem maior utilidade, jogadores versáteis podem ser até mais econômicos para os clubes em tempos de crise financeira, já podem ser adaptáveis às possíveis posições carentes, não exigindo que os dirigentes desembolsem recursos para a contratação de reforços. O futebol moderno paga bem, mas passa a exigir que o jogador não seja mais como os bonecos de pebolim, que são fabricados em uma posição e nela ficam para sempre.

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