O título na Austrália, em janeiro, mais parecia um cartão de visitas para outra temporada de gala dele. Mas as sentidas derrotas nos dois Grand Slams seguintes provaram que não: está cada vez mais difícil vê-lo jogando à vontade, as dores têm minado como nunca seu rendimento e, a menos de um mês de completar 29 anos, não é nem sombra do que sabe ser - o melhor tenista de todos os tempos.
Em Roland Garros, defendia bem o título até as quartas, quando travou contra um velho freguês e perdeu a liderança do ranking. Em Wimbledon, a mesma coisa. Só que a derrota lhe custou ainda mais caro: o terceiro set foi o seu pior na história do torneio - fez apenas um game -, ficou fora da final pela primeira vez depois de oito anos e acabou ultrapassado de novo na lista da ATP.
Naquele dia, em vez do atleta confiante e carismático de sempre, a imagem que se teve dele durante a entrevista que rodou o mundo logo após o jogo foi a de um veterano pensativo, resignado. Ciente de que o melhor que pode fazer agora é se afastar por uns tempos. Reciclar-se. Inspirar-se. Para que, quando volte às quadras, tenha de volta também a sombra e - a forma - do seu bom e velho jogo.
Imagem: Tom Lovelock-AFP Photo
3 comentários:
Falta duas semanas para Roger Federer ser, sem questionamento, o melhor de todos os tempos.
Mas essa duas semanas precisam ter o suiço como lider do ranking. Coisa muito difícil no momento, pois o Touro está, simplesmente, voando, ou melhor, chifrando.
Essa duas semanas vão dar muita dor de cabeça pro Fereder ainda.
Nao sei se és ou nao jornalista.Mas independente disso,a tua crónica foi a mais real,a mais sentida,digna de um verdadeiro fá.Roger Federer precisa de encontrar mais motivaçao dentro do court,nao sei,MAIS QUALQUER COISA!!!!!Porque o talento está lá,nao tenho palavras para descrever o que é ve-lo jogar!Temos muita sorte estar numa geraçao onde existe Federer.Agora,também custa muito vê-lo desperdiçar talento e pontos, jogo a jogo...é um SOFRIMENTO....
Pedro,
Daqui pra frente, Federer até pode não jogar tanto quanto antes, mas, só de poder tê-lo visto em ação, ainda que pela TV, já fomos privilegiados, não é? Muito obrigado pelas palavras e apareça quando quiser.
Um abraço.
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