segunda-feira, 8 de março de 2010

E se as finais das Copas tivessem resultados diferentes?

Por: Raoni David

No dia cinco de fevereiro, o brilhante José Roberto Torero, de quem sou fã, escreveu em seu blog, no UOL, mais uma de suas crônicas sensacionais. Nessa intitulada 'Outros finais para as finais', Torero brinca com as decisões das Copas do Mundo, dando os títulos, aos vices.

Ele não incluiu no texto, como ficaria o cartel de títulos do torneio e faço isso aqui. Confira:

4 títulos: Alemanha (1966, 1982, 1986, 2002).

2 títulos: Argentina (1930,1990), Tchecoslováquia (1934, 1962), Hungria (1938, 1954), Brasil (1950, 1998), Itália (1970, 1994) e Holanda (1974, 1978).

1 título: França (2006) e Suécia (1958).

Pois é! A Alemanha seria o país do futebol e Frans Beckenbauer e Lothar Matheus os grandes nomes do esporte na história. O Uruguai, grande campeão olímpico na década de 30, jamais teria um título. Argentina e Brasil atravessariam longos jejuns sem títulos de 60 e 48 anos, respectivamente.

Se existe um lado bom, é que o goleiro Barbosa jamais sofreria a injustiça que viveu, tendo sido considerado o grande culpado pelo que ficou conhecido como Maracanazzo. Mas e Pelé, seria o Rei do futebol? Aliás, o futebol teria um rei? E as conquistas de Garrincha ficariam resumidas a alguns cariocas com a camisa do Botafogo?

Grande nome da Copa de 1998, Ronaldo, num primeiro momento, teria tudo pra ser o grande ídolo nacional. Mas cabe a reflexão: sem os títulos de 58, 62 e 70 teríamos tanta paixão pelo futebol, capaz de torná-lo um ícone?

E mundo afora, quem seriam os grandes nomes?

Para a Argentina as coisas seriam melhores, pois Maradonna seguiria sendo idolatrado pelo título de 90, e o de 30, talvez não fosse questionado. Puskas seria, além do que já é, outro grande nome do futebol mundial em toda a sua história, especialmente por dar o bi na vitória sobre a Alemanha.

Zidane manteria a idolatria, mas Roberto Baggio seria aclamado na Itália. Nada comparado, porém, ao tratamento que teria o holandês Johan Cruijff, fortíssimo candidato ao título de Rei do futebol, já que essa figura ainda não existira.

Mas e os títulos da Tchecoslováquia, ficariam com a República Tcheca ou com a Eslováquia?

O mais interessante a se discutir, porém, talvez seja a nova ordem instalada no futebol mundial. Brasileiros seriam tão valorizados no mercado europeu? Nossos craques ficariam no país? E seriam considerados craques? Nosso padrão de grande jogador, qual seria? Didi, Pelé, Garrincha entre outros seriam os modelos do futebol bem jogado? Ou a correria e força europeia se destacaria desde então?

Se tudo isso ocorresse, poderia estar escrevendo essas linhas tratando de qualquer outro esporte, outro tema, ou talvez não. Muitas questões que jamais poderão ser respondidas, pois tudo isso jamais aconteceu.

Por isso, sorria brasileiro amante da seleção brasileira e toda a sua história, este é o real cartel de títulos das Copas do Mundo:

5 títulos: Brasil (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002)
4 títulos: Itália (1934, 1938, 1982 e 2006)
3 títulos: Alemanha (1954, 1974 e 1990)
2 títulos: Uruguai (1930 e 1950) e Argentina (1978 e 1986)
1 título: Inglaterra (1966) e França (1998)

Claro que nem tudo está perfeito no nosso futebol, pelo contrário. Mas eu prefiro assim. E vida longa aos nossos ídolos históricos que vestiram ou não a camisa da seleção brasileira, campeões ou não!

Imagem:

2 comentários:

Juliano Macedo disse...

Muito legal esse post. Parabéns!

Rafael Zito disse...

Grande Raoni... realmente o futebol brasileiro é incontestável. Mas essa análise é interessante pq mostra a consistência do futebol alemão. Que sempre é tratado com descaso, mas, seu estilo mais pragmatico traz muitos resultados positivos pq ser o segundo colocado não é fácil. Mostra a força da escola do país.

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