segunda-feira, 6 de julho de 2009

"Meu filho, você é o escolhido. Pode ir, vai lá..."

Por: Lucas RenatoEm algum momento, Roger Federer ouviu essas palavras. Ele acreditou e aproveita cada segundo, cada momento por ter sido o escolhido. Depois do que vivemos ontem, não dá mais pra negar. Ele é o melhor da história, o mais técnico, o que menos sente a pressão dos grandes pontos. Ele faz aquilo que só ele é capaz de fazer. Por isso, neste domingo, tornou-se o maior vencedor de Grand Slams do mundo. 15 títulos com apenas 28 anos. Em todos os pisos: grama, terra e cimento. Como se não bastasse, Federer voltou a ser o número 1 do ranking. Tirou Rafael Nadal do topo.

Seu adversário, Andy Roddick, foi um verdadeiro gigante. Sem a menor dúvida, ele fez a melhor partida de sua vida. Perdeu porque faz parte do esporte. Andy mostrou coisas que nunca foram suas marcas registradas: tranquilidade, concentração, frieza e, principalmente, encarar Roger de igual pra igual.

5-7, 7-6, 7-6, 3-6, 16-14. Partida mais equilibrada seria impossível. O detalhe definiu o vencedor. Roddick teve, ao longo da partida, 38 games de serviço. Ganhou os primeiros 37... Perdeu o trigésimo oitavo. O último game da partida. Perdeu o jogo. Na única vez que foi quebrado, Andy deparou-se com o vice-campeonato de Wimbledon. Mas saiu de cabeça erguida. Sem dúvida, ele fez a melhor partida de sua vida.

Roddick, pra não dizer que teve a partida nas mãos, esteve muito perto de se tornar o vencedor de Wimbledon. Venceu o primeiro set e tinha 6-2 no tie break do segundo. Permitiu a virada de Federer, que estava visivelmente abalado àquela altura. Jogando contra o "escolhido", Andy não poderia deixar escapar a chance de sentar na cadeira vencendo por 2 a 0. Ele permitiu e acabou perdendo a partida.

2009, sem dúvida, terá um espaço marcante na bibliografia de Federer. Casou-se em abril, venceu Roland Garros, completando os 4 Grand Slams, venceu mais uma vez Wimbledon e, de quebra, passou Pete Sampras, tornando-se o maior vencedor de majors do tênis.

Em agosto, nasce o seu primeiro filho. Alguém, um dia, disse: "Meu filho, você é o escolhido. Pode ir, vai lá..."

Imagem:
Roger Federer – Agência Getty Images

3 comentários:

Felipe Simi disse...

Lucas,

O próprio Sampras, que estava nas tribunas da quadra central, voltou a dizer, depois da final, que Federer era, sim, na sua "humilde" opinião, o melhor tenista de todos os tempos. E que os feitos dele serão ampliados, já que sua carreira ainda está longe do fim.

Arrisco dizer que, enquanto Federer jogar, nós, jornalistas, telespectadores e admiradores do esporte vamos continuar vendo a história ser feita.

Abraços.

Rafael Zito disse...

Olha Lucas, o Federer é espetacular cara. É o jogador mais completo e talentoso de todos os tempos.

Esse momento do jogo q vc citou (6-2 no tie break pro roddick) realmente foi definitivo para o jogo. Nao pelo roddick ter desanimado, pq isso esteve longe de acontecer, foi mais pq deixar o Federer gostar do jogo eh pedir para perder.

Roger Federer é, sem dúvida, um fenômeno. Não vi Pelé, mas tenho o prazer de ter visto Michael Jordan e Roger Federer.

Um abraço

Igor Trisuzzi disse...

Esse jogo foi, definitivamente, um divisor de águas. Serviu para comprovar o que todos já estavam vendo: Roger Federer é o melhor da história!!!

Como foi dito aqui em cima: "Não vi Pelé, mas tenho o prazer de ter visto Michael Jordan e Roger Federer". Acresento também Michael Phelps nessa lista. Hehehe...

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