sábado, 20 de junho de 2009

O momento do futebol pernambucano

Por: Daniel Gomes

É incrível como em pouco mais de duas semanas o futebol Pernambucano tenha mudado bastante de ares. O Náutico conseguiu mudar da água pro vinho. O Sport mudou do vinho pra a água. Na contramão, o Santa Cruz se prepara para o ano mais importante de toda a sua história.

Tudo começou no dia 12 de maio de 2009. O Sport estava eliminado dentro da Ilha do Retiro da Libertadores, contra o Palmeiras. Depois que o Verdão conseguiu um feito que poucos times conseguiram até ali, o Sport 'enfraqueceu'. Na outra semana, um escândalo tomou conta da Ilha do Retiro. O treinador Nelsinho Baptista se desentendeu com alguns jogadores, dentre eles a revelação rubro-negra, Ciro, e o principal jogador do time, Paulo Baier, que não vinha correspondendo às expectativas. Depois do episódio, Nelsinho pediu dispensa do cargo, alegando que o tempo dele no Sport havia acabado. Paulo Baier pediu as contas no mesmo dia, logo depois da decisão do comandante. Ali estava se formando a crise pós-Libertadores.

Na cabeça de muitos jornalistas pernambucanos, a síndrome pós-Libertadores era normal, já tinha atingido clubes menores que participaram da competição intercontinental, como Santo André, Paulista e etc. Mas com o Sport não, seria diferente, porque o Sport é um time grande. Pois bem: depois do empate dentro de casa com o Barueri, vieram outros tropeços contra o Botafogo e Vitória. Depois, um baque forte. O Atlético/MG, que nunca tinha vencido na Ilha, aplicou um 3x0 no Leão. Era hora de mudar. Pra isso, o comandante escolhido foi Émerson Leão, que começou a carreira de treinador no clube pernambucano e já tinha duas passagens vitoriosas no comando da equipe rubro-negra.

Assim que Leão chegou, o clima duro que ele aplica nas suas equipes foi logo percebido, para o bem do Sport, que no primeiro jogo dirigido por ele, chegou a primeira vitória no Campeonato. Um 4x2 em cima do Flamengo na Ilha. Três gols em 10 minutos. Aí veio outra pergunta: Sorte ou o time mudou mesmo? Na próxima rodada, contra o Atlético/PR, viria a responsta para alguns. Resultado: o Furacão, que no momento era o lanterna da competição venceu o Sport por 1x0, dentro da Ilha.

Nas últimas semanas, o clima está mais agradável. A convocação do atacante Ciro e do goleiro Saulo para a Seleção Brasileira sub-20,e a contratação de mais três reforços vindos do Galo Mineiro, entre eles o lateral Elder Granja, deu novo fôlego ao time. A imprensa não foi muito taxativa com a equipe e acompanhou numa boa a semana da equipe rubro-negra. O jogo agora é sábado, contra o Santo André, em São Paulo. Uma derrota poderá custar mais uma semana agitada para o time que hoje está na Zona de Rebaixamento. Uma vitória, no entanto, vai deixar o Leão sossegado, para trabalhar mais uma semana, e dar a volta por cima.

Se um quer sossego, outro parece que está saindo dele. Depois de uma surpresa bastante desagradável, o Náutico tenta se recuperar na tabela do Campeonato Brasileiro. O técnico Waldemar Lemos recebeu uma proposta do Atlético/PR e não pensou duas vezes: deixou o Timbu a ver navios. Pela segunda vez, o Furacão rouba um técnico alvirrubro. Ano passado foi Roberto Fernandes que se mandou pra lá quando o Timbu atravessava uma boa fase no Brasileiro.


Porém, o Náutico não se assustou com o episódio, e no outro dia contratou um novo técnico: Márcio Bittencourt. Pasmem, torcida tricolor! Márcio era o treinador do Santa Cruz no Campeonato Pernambucano, no qual conduziu o time tricolor à uma boa campanha. O técnico já começou a dar sua cara ao Náutico, porém, na estreia não foi muito bem. No frio gaúcho, perdeu para o Grêmio de 3x0. Mas ele impressionou à todos quando decidiu integrar dois afastados no elenco mais uma vez. O meia Daniel Chucky Gonzalez e o atacante Adriano Magrão. Um deles poderá ser usado contra o Coritiba, no primeiro jogo de Márcio Bittencourt nos Aflitos. E é lá que outro Márcio vai estrear. Márcio Barros, ex-atacante do Santa Cruz, que também está no rival, igual ao técnico e 'xará'. O Náutico ocupa a nona posição na tabela. É hora de se levantar, porque uma derrota pode fazer com que o time afunde de vez na competição.

Afundar: Uma palavra que não consta no dicionário do Santa Cruz. O time tricolor vive o momento mais delicado dos seus 95 anos de história. No pesadelo da Quarta Divisão, e precisando se recuperar a todo custo. Logo depois do Campeonato Pernambucano, um verdadeiro desmanche se deu no Tricolor, do Arruda. Mas alguns remanesceram, e um técnico com pinta de campeão foi contratado. O desconhecido Sérgio China, ex-jogador do Santa, agora é quem dá as cartas no time coral. E como não tem que deixar de ser, mais preocupações surgem na cabeça do torcedor tricolor.

Nos amistosos preparatórios, o Santa Cruz empatou contra o Primeiro de Maio, time da Segunda Divisão Estadual. Depois, empatou com o Salgueiro (que disputa a Série C), venceu, mas não convenceu o Carpinense (outro desconhecido). Agora, o Santa enfrentará o Treze/PB, no teste mais difícil que enfrenta até agora nos amistosos preparatórios. O Treze pode ser adversário do Santa na Série D em fases seguintes, por isso a importância. Em dois jogos (o primeiro na Paraíba e o segundo no Arruda), o Santa vai contar mais uma vez com o apoio da torcida mais apaixonada do Brasil, que nunca deixou o time na mão.

E essa semana foi decisiva também para o zagueiro Sandro, que quase abandona a carreira por conta de uma contusão. Ele vai continuar jogando, pelo menos até o fim do ano. Outra novidade que aqueceu as turbinas do Santa foi a contratação de Reinaldo, que foi artilheiro na Série B de 2005 pelo time tricolor, com 16 gols. Se ele fizer metade do que fez naquele ano, o Santa está bem servido. E a um passo de confirmar o favoritismo (se é que tem), na Série D.

Daniel Gomes integra a equipe do BLOGJE e trará aos nossos leitores as novidades do futebol pernambucano

Imagens:
Émerson Leão - Site Oficial do Sport
Márcio Bittencourt - Globo Esporte.com
Reinaldo - Site Oficial do Santa Cruz (coralnet.com.br)

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