quarta-feira, 24 de junho de 2009

E o futebol carioca?

Por: Raoni David

Para muitos, o mais charmoso do país, não só quando o assunto é a disputa do estadual, mas, também, pelo clima que as arquibancadas proporcionam. Prova disso, é o número de torcedores que, até a sexta rodada deste Campeonato Brasileiro da Série A, estiveram nos estádios. O Botafogo, que tem a pior média, ainda assim supera a badalada torcida corintiana. Em três jogos como mandantes foram 31.618 botafoguenses, contra 30.839 dos paulistas. Portanto, está mais do que provado que o carioca frequenta as arquibancadas e ama o futebol. Mas a pergunta que fica é: o futebol carioca corresponde, dentro de campo, ao seu torcedor?

Na primeira grande competição nacional, a Copa do Brasil, a melhor equipe carioca foi, surpreendentemente, o Vasco. Com um time jovem e comprometido com os objetivos do Gigante da Colina, os comandados de Dorival Júnior chegaram até as semifinais, sendo eliminado de forma invicta pelo virtual campeão, Corinthians.

Na Série B, porém, terá de conviver com a sombra do mesmo Corinthians, que no ano passado, subiu e conquistou o título da competição com sobras. Todos esperam que o mesmo aconteça, e na verdade, após a sétima rodada, o clube aparece apenas na quinta colocação, com 12 pontos, sete menos que o líder Guarani.

Dorival tem um elenco interessante, com jovens bons de bola, como os atacantes Élton e Rodrigo Pimpão, os meias Jeferson e Philippe Coutinho, os volantes Nilton e Mateus, o lateral-esquerdo Ramon e o goleiro Fernando Prass. Além destes, existem ainda os líderes do grupo e talvez este seja o problema: Léo Lima e Carlos Alberto são líderes no mínimo questionáveis e este pode ter sido o grande erro deste projeto de volta à elite.

O Flamengo tem em suas fileiras um produto de marketing incrível e um jogador capaz de levar o clube da Gávea de volta à Libertadores. Adriano, que nesta última rodada voltou a dar o ar da graça, ao marcar três dos quatro gols na larga vitória por 4 a 0 sobre o Internacional, no Maracanã. O grande problema é o comportamento fora de campo do jogador, que acaba por causar insatisfação de seus companheiros e deixa o técnico Cuca em situações desagradáveis.

Entretanto, não é só o Imperador que faz isso com o treinador. A diretoria do clube também, ao contratar o veterano Petkovic, por exemplo. Ou, pior ainda, quando não proporciona zagueiros à altura de vestir a camisa rubro negra. Desde a aposentadoria precoce de Fábio Luciano, o Flamengo conta apenas com Ronaldo Angelim, tanto que Cuca arma seu time num sistema com três zagueiros, sendo dois deles (Willians e Aírton) volantes improvisados na função.

O Fluminense realiza um sonho dos últimos anos, contar com Carlos Alberto Parreira como treinador, no entanto, o momento está mais para pesadelo. Isso porque além do badalado treinador, o clube conta ainda com o astro Fred e o ídolo Thiago Neves. Uma trinca que prometia. Mas ainda não cumpriu.

A demora para o time se acertar, porém, não deveria ser surpresa. Parreira é um técnico muito metódico e seus trabalhos dependem de sequência para funcionar. O torcedor do Fluminense pode esperar um time competitivo, que brigue por títulos, somente para o próximo ano, e desde que este planejamento continue. Dificilmente lutará por uma vaga na Libertadores, mas a saída de Thiago Neves pode ser um fator positivo, principalmente para Parreira armar a sua equipe do jeito que gosta, dois volantes, um meia armador, e um meia-atacante: o argentino Conca. Além disso, se a dupla Leandro Amaral e Fred se entender, gols não faltarão nas Laranjeiras.

Por fim, o Botafogo, eliminado ainda na segunda fase da Copa do Brasil pelo Americano de Campos. O resultado e a saída de Maicosuel, junto com a lesão do atacante Reinaldo, baixaram o astral da Estrela Solitária. Com isso, o time de General Severiano é sério candidato ao rebaixamento para a Série B, o que é um contra ponto, já que sob a administração de Maurício Assumpção, o clube tem hoje uma das diretorias mais conscientes do Brasil e, por isso, não comete loucuras na formação do time. Que, aliás, é bastante limitado e faz com que Ney Franco tenha muito trabalho.

A principal arma para o alvinegro sair desta situação é o retorno de Lúcio Flavio, que sabe orquestrar o time botafoguense como ninguém. Além dele, o zagueiro Juninho é outro que conhece o assunto e pode comandar o time atrás. Se os jovens e promissores Renan (goleiro), Thiaguinho e Eduardo (laterais), de fato vingarem, pode ser que o time de General Severiano escape. Caso contrário...

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5 comentários:

Vinícius Faustini disse...

Concordo com o que você disse, Raoni, mas me atrevo a dar meus pitacos sobre cada um dos grandes cariocas. Vamos lá:

- o VASCO tem um bom time, isto está comprovado, mas o elenco é fraquíssimo. Se sai um ou outro jogador, o time desanda por completo, e é isso que está acontecendo neste início de Série B. Pior ainda quando o ausente é Carlos Alberto, o Vasco torna-se um bando em campo.

- o FLAMENGO ter repatriado Adriano foi uma boa para o futebol nacional também. No entanto, ele é uma verdadeira incógnita, por seu histórico na Itália não passa a menor credibilidade. E a tendência rubro-negra pode passar a ser jogar em função dele, o que, convenhamos, dependendo da noite do Imperador, pode fazer o time da Gávea jogar com 10.

- o FLUMINENSE prossegue com o estigma de montar boas equipes e não conseguir título com elas. Eu acho que o posto de melhor time no papel atrapalha o tricolor das Laranjeiras, tanto pela pressão aos jogadores quanto pelo deslumbre - como eles são "os melhores" podem ganhar quando bem decidirem.

- o BOTAFOGO é o time mais preocupante de todos. Sem o Maicosuel a equipe ficou TENEBROSA. Lúcio Flávio não é o jogador ideal para suprir a ausência do "Maicocruel", por causa da idade e por ter um talento bem inferior ao ex-botafoguense. Falta alguém pra fazer jogadas com ele. E outra coisa: às vezes parece que o Botafogo se acovarda em campo, como foi diante do Vitória. O alvinegro parecia satisfeito com o empate, e foi castigado.

Bom, é isso. Obrigado pelo espaço.

Abraços,

Vinícius Faustini

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Persio Presotto disse...

não me empolga em nada, há anos.. abs, pp

Felipe Moraes disse...

Disse bem: só o L. Flávio salva o Bota do fracasso.

Abraço,
Felipe Moraes

Fernanda Vaz disse...

O Lucio Flavio salva no Botafogo, porque no Santos ele só veio pra aumentar a folha de pagamento... RS

E, pra mim, o futebol paulista é incomparável ao carioca, em termos de qualidade, de torcida, de tudo.

Mas como Santista, não poderia pensar diferente, né?

Valeu, beijos.

Unknown disse...

O Futebol carioca ? Tá abrindo espaço para o BASQUETE carioca :) ! Deu uma conferida na Arena HSBC nesta manhã de domingo. Quanto aos times, estão pagando o preço da má administração dos Clubes. Por que bolinha por bolinha, não tem nada empolgante no PAÍS, não é só no Rio não ... Abraços, Vivi.

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