Por: Marcelo BragaAposentado em 2008, após passagens pelo Pelotas (RS) e pela Santacruzense, o volante Axel não optou por uma vida de sedentarismo, muito pelo contrário. Com a mesma vitalidade de sempre, o jogador se tornou um dos representantes do Santos no Showbol e ajudou a equipe a conquistar dois títulos: o Campeonato Brasileiro e o Torneio Rio-São Paulo, sendo escolhido na disputa nacional como o melhor jogador do torneio. “As conquistas são o que motivam os jogadores, e com as boas apresentações começaram as cogitações de que eu ainda poderia estar jogando. Sentia falta da competitividade e das cobranças. Voltei porque me sinto bem nestas situações”, explicou o volante de 39 anos, contratado pela Matonense para a disputa do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Revelado pelo Santos, Axel Rodrigues de Arruda poderia ter, ainda no ano de 1989, iniciado carreira em uma indústria de alimentos. “Decidi ser jogador apenas aos 19 anos. Antes, pensava até em parar, mas por um conselho do meu pai resolvi continuar insistindo, até que veio a chance no Santos. Caso não conseguisse ser jogador profissional acho que iria trabalhar na Perdigão, que bancava meus estudos e me oferecia oportunidade de emprego em troca de atuações pelo time se salão da empresa”, recordou o atleta, que havia passado por outros dois clubes da Baixada Santista, o Portuários e a Portuguesa Santista.
Alçado para a equipe profissional em 1989, o volante teve em Pepe – segundo maior artilheiro da história santista – o primeiro grande professor. “Brinco que Pepe foi o meu ‘paizão’ no futebol, pelo apoio que me deu no início de tudo. Mas depois fui comandado por outros grandes profissionais, como Geninho, Antônio Lopes e Evaristo de Macedo”, listou.
Ao fim de 1993, uma saída do Santos para o rival São Paulo. “A rivalidade não era tanta, mas lembro que nos primeiros meses senti muita diferença por jogar na capital”, disse. Em sua primeira passagem pelo Tricolor, Axel conquistou os principais títulos de sua carreira: a Recopa de 1994 e a Copa dos Campeões Mundiais, em 1996. “Mas mesmo com estas conquistas sempre tive minha imagem muito mais ligada ao Santos, até por que nasci e fui criado na cidade”, frisou.
Emprestado ao Sevilla em 1997, o volante teve uma temporada inesquecível no futebol europeu, que o fez crescer em sua vida pessoal e profissional. “Tenho a cidade de Sevilha como a que mais me identifico fora do País. Tive dificuldades enormes para me adaptar, mas consegui vencer todas as adversidades, como a língua e o frio. Cresci muito pessoalmente, até por ter conseguido fazer amizade com pessoas de outra cultura. Tive sorte de ter morado na região de Santa Luzia, onde encontrei um povo bastante alegre e feliz”, contou, com entusiasmo, referindo-se à experiência de ter jogado no futebol espanhol como “um sonho realizado.”
No clube espanhol, Axel atuou com jogadores de diversas nacionalidades. “Aprendi muito com as culturas e tenho certeza que meu futebol também ganhou mais qualidade. Eu me dava até melhor com os jogadores de fora da Espanha, já que havia ainda muito preconceito por um atleta de um país de terceiro mundo ir ‘roubar’ o emprego deles. Jogava com bósnio, croata, grego, dinamarquês e até um marroquino. A gente brincava que aquela geração era a da Torre de Babel do Sevilla, pois tinha gente de todos os lados e idiomas”, brincou.
Ao fazer relação com a passagem bíblica, Axel dá uma grande dica sobre sua personalidade. Membro fundador de uma unidade da Igreja Missionária Evangélica Filadélfia (IMEF), em Santos, Axel realiza cultos com sua esposa, às quintas-feiras e aos domingos. “Por isso, na quinta-feira só irei treinar no período da manhã. No domingo não tem problema, já que o jogo acontece no período da manhã e depois todos ganham folga”, lembrou.
A possibilidade de conciliar a religião e o esporte foi o fator principal que motivou Axel a voltar ao futebol. “A carreira sempre me atrapalhou um pouco na minha vida secular e evangelista, onde estou envolvido há dez anos. O futebol me tirava da cidade e por isso resolvi me aposentar. Mas sempre deixei claro que quando aparecesse algo que não atrapalhasse a minha vida religiosa eu aceitaria”, afirmou o volante, que terá de percorrer cerca 400 quilômetros entre Matão e Santos para os dias de culto.
Com experiências também por Bahia, Atlético Paranaense (campeão da seletiva em 1999, que levou o clube à Copa Libertadores), São Paulo (campeão paulista em 2000), Sport (PE), Cerezo Osaka (JAP), Botafogo, Portuguesa Santista, Paraná, Figueirense (SC) e Campinense (PB), Axel se considera um jogador ainda muito útil para comandar o sistema defensivo da Matonense. “Sempre obedeci muito bem o posicionamento tático, já que estudava não só o esquema do meu time como o dos adversários. Às vezes falta raciocínio aos jogadores nos deslocamentos e poderei ter um papel de orientador em campo”, garantiu.
Porém, mesmo com 39 anos e com passagens por grandes clubes, o volante refuta os rótulos de ‘líder’ e ‘estrela’ da equipe. “Sempre me cuidei e me mantive em forma, já que nunca parei de fazer atividades físicas, que é o que eu gosto. Porém, não serei o mesmo Axel dos 20 ou 25 anos. Preciso da ajuda dos outros jogadores, assim como eles precisarão de mim. Sobre liderança, penso que é uma coisa que deve ser conquistada, independentemente de idade ou posição”, finalizou.
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Alçado para a equipe profissional em 1989, o volante teve em Pepe – segundo maior artilheiro da história santista – o primeiro grande professor. “Brinco que Pepe foi o meu ‘paizão’ no futebol, pelo apoio que me deu no início de tudo. Mas depois fui comandado por outros grandes profissionais, como Geninho, Antônio Lopes e Evaristo de Macedo”, listou.
Ao fim de 1993, uma saída do Santos para o rival São Paulo. “A rivalidade não era tanta, mas lembro que nos primeiros meses senti muita diferença por jogar na capital”, disse. Em sua primeira passagem pelo Tricolor, Axel conquistou os principais títulos de sua carreira: a Recopa de 1994 e a Copa dos Campeões Mundiais, em 1996. “Mas mesmo com estas conquistas sempre tive minha imagem muito mais ligada ao Santos, até por que nasci e fui criado na cidade”, frisou.
Emprestado ao Sevilla em 1997, o volante teve uma temporada inesquecível no futebol europeu, que o fez crescer em sua vida pessoal e profissional. “Tenho a cidade de Sevilha como a que mais me identifico fora do País. Tive dificuldades enormes para me adaptar, mas consegui vencer todas as adversidades, como a língua e o frio. Cresci muito pessoalmente, até por ter conseguido fazer amizade com pessoas de outra cultura. Tive sorte de ter morado na região de Santa Luzia, onde encontrei um povo bastante alegre e feliz”, contou, com entusiasmo, referindo-se à experiência de ter jogado no futebol espanhol como “um sonho realizado.”
No clube espanhol, Axel atuou com jogadores de diversas nacionalidades. “Aprendi muito com as culturas e tenho certeza que meu futebol também ganhou mais qualidade. Eu me dava até melhor com os jogadores de fora da Espanha, já que havia ainda muito preconceito por um atleta de um país de terceiro mundo ir ‘roubar’ o emprego deles. Jogava com bósnio, croata, grego, dinamarquês e até um marroquino. A gente brincava que aquela geração era a da Torre de Babel do Sevilla, pois tinha gente de todos os lados e idiomas”, brincou.
Ao fazer relação com a passagem bíblica, Axel dá uma grande dica sobre sua personalidade. Membro fundador de uma unidade da Igreja Missionária Evangélica Filadélfia (IMEF), em Santos, Axel realiza cultos com sua esposa, às quintas-feiras e aos domingos. “Por isso, na quinta-feira só irei treinar no período da manhã. No domingo não tem problema, já que o jogo acontece no período da manhã e depois todos ganham folga”, lembrou.
A possibilidade de conciliar a religião e o esporte foi o fator principal que motivou Axel a voltar ao futebol. “A carreira sempre me atrapalhou um pouco na minha vida secular e evangelista, onde estou envolvido há dez anos. O futebol me tirava da cidade e por isso resolvi me aposentar. Mas sempre deixei claro que quando aparecesse algo que não atrapalhasse a minha vida religiosa eu aceitaria”, afirmou o volante, que terá de percorrer cerca 400 quilômetros entre Matão e Santos para os dias de culto.
Com experiências também por Bahia, Atlético Paranaense (campeão da seletiva em 1999, que levou o clube à Copa Libertadores), São Paulo (campeão paulista em 2000), Sport (PE), Cerezo Osaka (JAP), Botafogo, Portuguesa Santista, Paraná, Figueirense (SC) e Campinense (PB), Axel se considera um jogador ainda muito útil para comandar o sistema defensivo da Matonense. “Sempre obedeci muito bem o posicionamento tático, já que estudava não só o esquema do meu time como o dos adversários. Às vezes falta raciocínio aos jogadores nos deslocamentos e poderei ter um papel de orientador em campo”, garantiu.
Porém, mesmo com 39 anos e com passagens por grandes clubes, o volante refuta os rótulos de ‘líder’ e ‘estrela’ da equipe. “Sempre me cuidei e me mantive em forma, já que nunca parei de fazer atividades físicas, que é o que eu gosto. Porém, não serei o mesmo Axel dos 20 ou 25 anos. Preciso da ajuda dos outros jogadores, assim como eles precisarão de mim. Sobre liderança, penso que é uma coisa que deve ser conquistada, independentemente de idade ou posição”, finalizou.
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7 comentários:
Tem jogadores que conseguem atuar bem, mesmo chegando aos 40.
Eu lembro do Axel desde os tempos de São Paulo. Sempre foi um bom jogador na sua posição.
Deve ser muito difícil saber a hora de parar de jogar...
Belo texto, Marcelo.
Viola, Túlio Maravilha, Caíco, Sorato, Maurílio, Gilmar Fubá... Apesar do rigor físico e da velocidade, parece que o futebol-máquina ainda guarda um espaçozinho para a experiência.
Como eles, Axel deveria ser um exemplo de atleta p/ que os jogadores de hoje chegassem amanhã mais inteiros. Dentro e fora de campo.
Parabéns, Marcelo. Abraço!
O Axel vinha se destacando mto no showbol pelo seu condicionamento físico. POr isso, acredito q ainda tenha condições de atuar profissionalmente, ainda mais na segunda divisão do campeonato paulista.
Um jogador q nunca teve a condição técnica como privilegio, mas sempre teve mta dedicação e empenho. Creio q a Matonense terá um bom reforço para a Segundona
Parabens pelo texto Marcelo
Buen jugador Axel, habrá que ver como lo trata su veteranía.
Saludos de Buenos Aires.
E no Pelotas ele não conseguiu levar o time pra primeira divisão gaúcha. o pelotinhas desabou no final, pra variar.
Grande Axel, um verdadeiro "Andarilho" do Futebol. E apenas ressaltando o que a Sabrina frizou, é verdade que existem jogadores com 40 anos conseguem atuar bem, exemplo disso é o Fernando volante do Santo André, e Adaõzinho volante do Bragantino, e coincidentemente Axel volante também.
Agora, que fase da Matonense... Um time considerado "chato" e de uma certa tradição do interior paulista, atravessa um verdadeiro inferno em sua atual fase. Desde que o ilustríssimo treinador Israel de Jesus, com seu famoso esquema tático "Roleta Russa" saiu, o time enfrenta um descarrilhamento total em sua história.
Força ao glorioso time de Matão.
Um abraço a todos e ótimo texto Marcelo.
curtao o axel no facebook Axel rodrigues de arruda agradeço des de ja um abraço
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