domingo, 24 de agosto de 2008

Uma prata para uma geração de OURO

Por: Rafael Zito Após dois ciclos olímpicos, oito anos de muito trabalho, nesta madrugada de sábado para domingos deu-se o fim da geração mais vitoriosa do vôlei mundial. O desfecho não foi aquele traçado pela comissão técnica e pelos atletas, mas, essa seleção deu exemplo de trabalho, dedicação e paixão pelo que faz. Os oito anos de conquistas não podem ser esquecidos e sim reverenciados.

“Vencer não é tudo, mas dar tudo pela vitória é a única coisa que importa”. Essa frase foi dita pelo técnico Bernardo Resende, o Bernadinho, em seu livro transformando suor em ouro. Essa frase simboliza bem o trabalho desta geração. Desta vez não conseguiram vencer, no entanto, fizeram tudo que estava ao alcance para tentar trazer a vitória. O Brasil perdeu a final Olímpica para os Estados Unidos, por 3 sets a 1, com parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23.

“A vontade de vencer não deve ser maior do que a vontade de se preparar”. Essa geração mostrou que por trás de um título e de todo o sucesso conquistado havia meses e meses de muita ralação, dedicação, determinação e empenho. Duvido que algum time tenha treinado no estacionamento de um hotel, no asfalto. Acho pouco provável que alguma equipe tenha treinado no dia seguinte de uma conquista tão importante quanto a Liga Mundial. É improvável que algum grupo tenha tido que acordar às 6h para poder estar na quadra às 7h para treinar. Vencer todos querem, porém, poucos se preparam adequadamente como essa seleção se preparou em dois ciclos olímpicos.

“É preciso sempre estar esticando a corda, criar zonas de desconforto para que os atletas não se acomodem”. E foi isso que sempre foi visto. É o legado deixado por essa geração de OURO e também de PRATA, com muito orgulho! Desde o início da temporada de 2008 os Estados Unidos surgiram forte e estavam em um melhor momento do que o Brasil. Eles merecem os Parabéns pelo título olímpico e, mais ainda, porque venceram a melhor seleção de esportes coletivos de todos os tempos. Se a conquista não chegou, a medalha de PRATA mostra que vocês não se acomodaram e foram em busca do bicampeonato. Infelizmente, surgiu um adversário que conseguiu superar vocês na quadra, mas, vocês serão eternamente lembrados por tudo que fizeram para o voleibol e para o esporte brasileiro. Para finalizar o vôlei, não só eu, mas acho que a maioria, gostaria que você continuasse a frente desde projeto vencedor, que só é vencedor graças a sua dedicação e paixão pelo que faz. FICA BERNARDINHO! VIVA A RODA DA EXCELÊNCIA!

Destaque para as mulheres

“Contra fatos não há argumentos”. Os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 ficaram marcados pela melhor participação da mulher brasileira nos Jogos. Esta certo que ainda falta muita coisa para o esporte feminino, mas, o que nossa belas mulheres fizeram merece aplausos, porque, tirando o vôlei, tudo foi conquistado com o mero esforço pessoal.

Na trajetória feminina começamos com as três medalhas de bronze. A primeira veio com a judoca Ketleyn Quadros, na categoria leve até 57kg, no judô. A judoca tornou-se a primeira medalhista olímpica em esportes individuais. Na seqüência, uma surpresa no iatismo. Fernanda Oliveira e Isabel Swan conquistaram a primeira medalha das mulheres na vela, na Classe 470. Já no penúltimo dia de disputas foi à vez de Natália Falavigna ganhar sua medalha. Bronze para o Taekwondo, a primeira para o Brasil no esporte.

Do bronze vamos para a prata do futebol feminino. Marta, Cristiane, Daniela Alves e companhia mostraram mais vez que o futebol também é coisa de mulher. Essas meninas merecem serem tratadas com mais carinho por tudo que fizeram e por tudo que ainda podem fazer. Uma prata que poderia ser ouro, mas, ainda falta alguma coisa.

Da prata para o ouro de Maurren Higa Maggi, no salto em distância; e do vôlei de quadra feminino. Depois de frustrações em Sidney-2000 e do doping em 2003, Maurren Maggi deu a volta por cima e brilhou na pista do Ninho de Pássaros. Volta por cima também foi dada pela seleção comandada por José Roberto Guimarães. Depois da derrota na semifinal em Atenas-2004 e da perda do ouro no Pan-Rio 2007 para Cuba, com o Maracanazinho lotado, as brasileiras chegaram ao topo do pódio e deram show de voleibol em Pequim. Parabéns às mulheres do Brasil. Que de “mulheres de Atenas” passaram a ser “mulheres de Pequim”.

Por fim, gostaria de agradecer ao leitor pela companhia e a toda equipe do Jornalismo Esportivo pelo trabalho realizado nestes Jogos Olímpicos. Vamos nos preparar e tenho certeza que em Londres faremos novamente o nosso melhor, que certamente será melhor do que o já ótimo trabalho feito nestes Jogos de Pequim.
Imagens:
globoesporte.com - Vôlei Masculino
Agência FIVB - Vôlei Feminino

6 comentários:

Impasse Livre disse...

UMA PRATA DOÍDA, UM OURO MERECIDO. FICA A LEMBRANÇA: NINGUÉM É INSUPERÁVEL E A VIDA É FEITA DE CICLOS. NO ESPORTE NEHUMA HEGEMONIA É TÃO GRANDE QUE N~]AO POSSA SER SUPERADA E NENHUMA DERROTA É TÃO SÓRDIDA QUE NÃO POSSA SE TRANSFORMAR EMVITÓRIA. o VOLEIBOL É HOURS CONCOURS, BEM ADMINISTRADO E BEM DISTRIBUIDO NO PAÍS. EXEMPLO DE GRÊNCIA ESPORTIOVA VOLTADA PARA A FORMAÇÃO DO ATLETA. QUEM CONHCE O CENTRO DE SAQUAREMA, COMO EU, SABE DO QUE FALO. PARABÉNS MENINAS E MENINOS DO VOLEI, VOCÊS NÃO SÃO DE OURO , NEM DE PRATA... VOCÊS SÃO ÚNICOS E ISSO NÃO PODE SER CALCULADO.

Giulliana disse...

Adorei Rafa! Principalmente pq deu pra ver q vc escreveu isso durante nosso papo sobre a final masculina... hahaha... tem varias coisas q eu tb acho! Alias, otimo papo e otimas observações!
Se precisarem d uma comentarista especial d volei, me avisa! huahuaha
Bjoos!

Cíntia Luz disse...

Meu caro Rafa...

Realmente, comentáriozinho abençoado que fiz para você para que não criticasse a ala feminina nesses jogos olímpicos!

Acho que todos percebemos que a luta de nossas mulheres foi árdua,e muitas vezes mais intermitente do que a dos homens. Porém, as lágrimas femininas são sempre mais ofuscadas quando na perda: as mulheres são o fraco do esporte.

No futebol, sentíamos que nossa seleção arrebataria todo e qualquer adversário. Porém, parece que as pernas fraquejaram, e toda a ginga brasileira se esvaiu ao ser colocada de frente com a beleza e a rudeza das americanas. Fomos prata, porém com garra, a prata sofrida, negada e sonhada em ouro.

No futebol masculino, já não vimos o mesmo. Uma dezena de estrelas globais compunham um time que não cabia em si de orgulho. Bronze pra eles, que considero muito pela atuação fraca e forçada.

Não tenho a intenção de julgar nossos conterrâneos, mas creio que dessa vez se deixou ver a garra feminina, e que nós também existimos, no pódio, nas quadras, nas pistas e onde mais for.

Viva as mulheres, sem ser feminista!

Um bjo Rafito, adorei o post, sempre excelente...

Thiago Fagnani disse...

Engraçado como essa derrota no volêi masculino não foi decepcionante. Eles jogarem uma partida espetácular, mas o EUA estão com um belo time. Perdemos porque nosso adversário foi melhor, e ponto final!

E as mulhres mostraram sua força nas Olimpíadas. Claro que tivemos umas tristezas por ae, mas elas estão nos orgulhando mais ainda. Isso é fantástico num país tão machista!!

Anônimo disse...

Rafa, eu não sei cara, não digo que a predominância brasileira está acabando, mas acho que vamos dividí-la com os amercianos. Tudo tem um "fim", é normal, né?

Parabéns a você pelo seu trampo aqui no blog. Nóóis!

Sabrina Machado disse...

Como já destaquei no post do Felipe...As meninas do vôlei mereciam muito esse ouro...não que os meninos não merecessem, mas como já te disse rafa o ciclo está se encerrando...rsrsrs

Parabéns pelo post...

P.S. AS MULHERES DOMINAM

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