quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bola, Campo e Deus seriam absolvidos

Ele já foi integrante do Blog Jornalismo Esportivo e hoje é um convidado especial com uma ótima crônica. Trata-se do jornalista e, meu amigo, Marcelo Braga que, atualmente, trabalha no Jornal Lance, como setorista do São Paulo Futebol Clube.

Por: Macelo Braga (convidado especial)

Não existe, mas se existisse, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desculpiva), que julgaria as desculpas arranjadas pelos jogadores após as decepções futebolísticas, estaria cheio de trabalho nessa semana.

O gramado do estádio Manuel Toro, em Ibagué, por exemplo, seria um dos seres inanimados que compareceria ao tribunal. Ronaldo, capitão e um dos melhores jogadores de todos os tempos, acusa-o de se apresentar para uma partida decisiva todo esburacado, fora da forma física ideal. Logo ele...

Disse que a irregularidade do campo foi culpada pela eliminação precoce do Corinthians na Libertadores. Os advogados de defesa do gramado argumentam que, no Pacaembu, em relva verde e bem cuidada, o camisa 9 e seus companheiros tiveram o mesmo desempenho pífio.

Outra que sentaria no banco dos réus seria a bola. Ela mesma. Logo a protagonista do espetáculo, que há tantos anos apanha sem reclamar, seja por craques ou pernas de pau. Após o San-São, quando o Peixe fez dois gols e venceu o primeiro clássico do ano, o goleiro do São Paulo deixou o campo dizendo que "faltou a bola entrar."

Ora, mas ela não tem vida própria, argumentariam seus advogados no STJD. Cabe aos companheiros do mesmo Rogério Ceni - ou ele, já que se trata de um goleiro goleador - levar a redonda até o fundo da rede. E não a ela própria desviar o caminho quando for chutada em direção às placas de publicidade.

Mas houve ainda um outro acusado. Fernandinho, do mesmo Tricolor paulista, alegou contra o mesmo Santos que faltara a "benção de Deus" para a bola entrar. Que heresia...Religioso, Fernandinho é um bom sujeito, bastante simpático com as pessoas. Mas a acusação foi pesada.

A defesa de Deus alegaria que, diferentemente do que foi dito, Ele estava lá, sim, abençoando seus (muitos) filhos. Estava também nos demais jogos da rodada, nesse ou em outros campeonatos do Brasil e do mundo. O argumento é indiscutível. O acusado é onipresente.

Ah, se os atacantes dos nossos times também fossem...Ouviríamos menos desculpas esfarrapadas.

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