quinta-feira, 11 de março de 2010

Um fracasso milionário

Por: Rafael Zito
Pela sexta vez consecutiva, o Real Madrid é eliminado da Liga dos Campeões da Europa na fase oitavas de final. Nestas edições, a equipe foi comandada por seis técnicos diferentes. Desta vez, o selecionador da equipe desclassificada pelo Lyon é o chileno Manuel Pellegrini, que se junta a uma lista que contém o brasileiro Vanderlei Luxemburgo, o italiano Fábio Capello, entre outros.

Mesmo com estrelas como Kaká e Cristiano Ronaldo, o clube merengue naufragou mais uma vez na maior competição entre clubes do futebol europeu. Depois de perder na França, por 1 a 0, a equipe madrileña ficou apenas no empate por 1 a 1, no Santiago Bernabéu, e deu adeus ao sonho de conquistar o torneio, que terá sua decisão disputada em Madrid, no próprio Bernabéu.

Após mais uma decepção do Madrid, o futebol continua dando lições básicas que, a meu ver, a direção do clube espanhol segue fechando os olhos para isso. Não adianta o presidente Florentino Perez gastar milhões de euros com craques como Kaká e Cristiano Ronaldo e, ao mesmo tempo, esquecer de contratar atletas com menos nome, mas fundamentais para a montagem de uma equipe consistente, para que as estrelas consigam brilhar.

Os modestos franceses do Lyon foram os responsáveis por mais uma punição do futebol ao poderoso Real Madrid. É vergonhoso um clube gastar uma grana absurda com dois jogadores e não possuir um lateral-esquerdo para colocar em campo. Um clube com as pretensões do Madrid não pode colocar o lateral-direito Arbeloa improvisado pelo lado esquerdo. Isso é inadmissível! Alguns vão falar que o brasileiro Marcelo é lateral-esquerdo de origem, porém, acredito que o jogador já mostrou que não é capaz de defender com qualidade em uma equipe que joga com uma linha defensiva com quatro jogadores, já que falha muito na marcação e todas as jogadas de perigo são criadas pelo seu setor.

Fica difícil esperar que a genialidade de C. Ronaldo e Kaká esconda as falhas táticas de um time mal montado por Pellegrini, que prefere colocar em campo o espanhol Guti ao invés do holandês Rafael Van der Vaart. Além das opções contestáveis, o técnico demorou muito para achar uma forma para a equipe atuar e, essa lentidão para encontrar a melhor formação causou a precoce eliminação.

Nesta quinta-feira, um dia após a desclassificação, a imprensa espanhola já começou a “caça as bruxas” e os principais alvos são Pellegrini e Kaká. Durante o jogo, o treinador substituiu o brasileiro, que foi muito vaiado pelos torcedores. Pellegrini foi covarde em dobro, primeiro porque expôs seu jogador, que vinha sendo muito criticado, ao retirá-lo exatamente no momento em que o time precisava fazer dois gols, segundo porque trocou o camisa 8 para colocar o espanhol Raúl, fazendo a chamada substituição “seis por meia dúzia”. Naquele momento faltou ousadia para Pellegrini, que poderia manter o brasileiro, mesmo jogando mal, e colocar Raúl no lugar de um dos volantes.

Imagem:
Rafa Casal - MARCA

Um comentário:

Sabrina Machado disse...

Primeiro, desde que Kaká foi contratado o Pellegrini não sabia onde "enfiar" o jogador em campo.

O brasileiro por inúmeras vezes disse que estava difícil se adaptar numa posição em que não está costumado..."aberto pelas pontas".

Quando enfim, encontrou um lugar para o galáctico, o time apresentou muitos problemas na defesa, na lateral, como bem vc citou, Rafa. E nas teimosias desse treinador.

Há muito tempo o senhor Guti joga no Real sem jogar nada. Ele é um jogador limitado. O holandês Van der Vaart é infinitamente mais meio-campista do que ele.

Enfim, não se faz um time vencedor apenas com Cristiano Ronaldo e Kaká. É preciso uma defesa consistente, um meio campo forte e no mínimo laterais que saibam ser laterais.

Peguem o exemplo do Manchester ou do próprio rival Barcelona, meus caros madrileños...

Beijos, Rafinha....mandou muito bem...

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