Quarta-feira. Pode ser um domingo. Na verdade futebol não tem dia certo, porque não um sábado também, uma quinta-feira à noite. Depois de um dia cansativo no trabalho, nada melhor do que ver seu ídolo em campo e o time do coração para relaxar. Futebol era um grande lazer na época do meu avô (quantas histórias agradáveis) e do meu pai, talvez já nem tanto.
Acho legal ouvir histórias de pessoas mais velhas, que lembram com carinho o tempo que iam com certa freqüência ao estádio, com os amigos torcedores de outros times(?) Pois é, isso era comum em décadas passadas: ir ao campo com aquele colega corintiano, palmeirense, santista, são-paulino, enfim, o time que você leitor desejar. Mas, infelizmente, acabou. Ficou no passado.
Hoje, vândalos marcam brigas pela internet, algo que meu avô nem utiliza. Em sua época, a ‘briga’ era para conseguir assistir confortavelmente o jogo da arquibancada do Morumbi ou Pacaembu. Tarefa difícil, mas explicável, já que as pessoas freqüentavam os estádios, e conseqüentemente eles estavam cheios. A torcida cantava o hino do clube, agitava as bandeiras e saiam felizes dali, afinal, sabiam que estavam levando uma história a mais para ser contada aos filhos e netos.
História que não será guardada por um torcedor palmeirense, que tomou um tiro e faleceu após conflito com são-paulinos. O jogo foi no Palestra Itália, com pouco público, futebol menos ainda, mas tumulto teve muito, e em diversas regiões da cidade. Quais serão as lembranças dos corajosos que estiveram lá? Nenhuma!
Está no limite o vandalismo das torcidas. Enquanto não houver punição a esses bandidos, não haverá solução e quem perde é o futebol, aquele que encanta multidões (ou já encantou um dia). Histórias para serem contadas para as próximas gerações serão poucas, não tenha dúvidas. Que saudades daquele tempo do meu avô...
Imagem: Terra
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