segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Magnano no comando e o basquete no rumo certo

Por: Rafael Zito
Depois de um longo período em que as decisões da Confederação Brasileira de Basquete prejudicavam a própria modalidade, o novo comando da entidade parece estar recolocando o esporte nos trilhos. Assim que assumiu o cargo, substituindo Gerasime Bozikis, o “Grego”, Carlos Nunes começou uma mudança de mentalidade. Pode ser difícil admitir isso, mas o fato é que, hoje, nenhum técnico brasileiro está capacitado para dirigir a seleção masculina com objetivo de conquistar resultados relevantes no cenário mundial.

Sendo assim, Nunes foi atrás do espanhol Moncho Monsalve, que realizou um trabalho consistente e levou o Brasil ao título da Copa América, em 2009, vencendo Porto Rico, na decisão, em San Juan, capitão porto-riquenha. Após colocar o Brasil no topo das Américas, o treinador espanhol teve que passar por uma cirurgia complicada na coluna e, devido às dificuldades físicas, deixou a CBB com liberdade para escolher outro profissional. O nome escolhido pela entidade máxima do basquete foi: Ruben Magnano, argentino que esteve à frente da seleção de seu País na conquista da medalha de ouro olímpica em 2004, em Atenas, e no vice-campeonato mundial, em 2002, nos Estados Unidos.

Com 55 anos, Magnano assumiu mais um desafio em sua carreira. O técnico foi o principal responsável por elevar o nível do basquete argentino e por revelar a geração campeã olímpica na Grécia. Magnano ajudou na evolução técnica de jogadores como Emmanuel Ginobili, Pepe Sanchez, Andrés Nocioni, Luís Scola e Fabrício Oberto, principais atletas do grupo que colocou a Argentina entre as melhores do mundo.

Acredito que Magnano conseguirá dar prosseguimento e ainda melhorar o bom trabalho que Moncho Monsalve estava executando. Apesar de argentino, Magnano faz suas equipes atuarem no modelo europeu, priorizando o controle do jogo e a manutenção da posse de bola. A Argentina só conseguiu chegar ao topo depois de mesclar a escola sul-americana e estadunidense, um jogo baseado na transição e nos contra-ataques, com a escola européia, com retenção de bola e um jogo cadenciado.

Assim que foi confirmado, Magnano concedeu uma entrevista ao site oficial da CBB no qual se mostrou feliz por ter sido escolhido e avisou que fará um trabalho de ajuste em todo o basquete brasileiro. “Em primeiro lugar gostaria de agradecer aos dirigentes da CBB pela confiança em mim depositada. Com certeza, é um grande desafio e uma honra desenvolver um trabalho na seleção brasileira. Conto com o apoio dos jogadores, dirigentes e de todos os que amam o basquete brasileiro para desenvolver esse trabalho. O Brasil conta com excelentes jogadores que atuam dentro e fora do país. Vou viajar e conversar com eles para saber como cada um está e os seus objetivos. Também vou trabalhar com a base e colaborar com a Escola Nacional de Treinadores”.

Leandrinho e Anderson Varejão, dois dos principais nomes do basquete brasileiro, fizeram questão de lembrar o bom trabalho feito por Moncho; a qualidade dos jogadores; elogiar a chegada de Magnano e se colocaram à disposição do treinador. “A conquista do título da Copa América e a vaga para o Mundial da Turquia comprovaram a força e o talento do basquete brasileiro. É claro que o trabalho do técnico Moncho Monsalve e da comissão técnica foi importante para alcançarmos nossos objetivos dentro e fora das quadras. Mas também é preciso destacar a união e o profissionalismo dos jogadores. Agora temos um novo comandante, o Ruben Magnano, que vai poder contar comigo para manter o Brasil no topo do basquete mundial”, disse o ala/armador Leandrinho. “Magnano é um grande técnico, conseguiu mudar o basquete argentino e pode ajudar bastante o Brasil. Ele teve muito sucesso com a Argentina, alcançou excelentes resultados e tenho certeza de que pode ter ainda mais sucesso comandando o Brasil”, declarou Varejão.

Imagem:
Ruben Magnano – Divulgação

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