Nesta quarta-feira, o confronto mais esperado da rodada na fase de grupos da Liga dos Campeões acabou com um insosso 0 a 0. Jogando em casa, no estádio Giuseppe Meazza, a Internazionale segurou o Barcelona com uma retranca pesada, que não travou o jogo de passes rápidos dos catalães, mas conseguiu impedir que as trocas de bola resultassem em chances efetivas de gol na maioria das vezes. As exceções foram algumas bolas em profundidade de Xavi – um jogador com um passe capaz de furar qualquer defesa – mas os estelares atacantes não estavam muito inspirados, em especial Henry.
Mourinho mostrou conhecimento tático e inteligência ao armar o time no tradicional 4-3-1-2, variando para o 5-3-2 quando a Inter não tinha a bola: Muntari recuava para a lateral esquerda, empurrando Chivu para a função de terceiro zagueiro, enquanto Thiago Motta, Zanetti e Sneijder marcavam logo à frente da zaga. A distância entre meio e defesa era muito baixa, e o congestionamento interista no setor travou os chutes de média distância do Barcelona; como a zaga atuava muito recuada, bolas em profundidade eram muito difíceis de ser enfiadas.
O problema foi que, apesar da tática defensiva ter sido um sucesso (Júlio César só foi exigido quando Messi achou uma brecha de fora da área, no primeiro tempo), a Inter não conseguiu jogar quando teve a bola. Muntari teve um péssimo dia pela esquerda, e logo foi substituído por Stankovic, que fez a mesma função do ganês: apoiar pela esquerda com a bola, fechar a lateral e travar Daniel Alves sem ela. Mas o maior empecilho foi a inabilidade de Sneijder em atuar como meia de ligação em um time que precisa de velocidade para ligar o contra-ataque. O holandês é um jogador com muita técnica, visão de jogo e facilidade para bater na bola, mas funciona melhor vindo de trás, como um dos “3” no 4-3-1-2 de Mourinho; não tem a agilidade de raciocínio de um trequartista (como é chamado na Itália o meia de ligação), como Diego e Kaká. Quando a Inter tentava o contragolpe, parava nas características de Sneijder de cadenciar o jogo, e não acelerá-lo. Mourinho tentou consertar colocando Stankovic na função e Santon na lateral esquerda, mas ao sérvio falta a técnica necessária para ligar rapidamente as jogadas. A bola quase não chegava a Eto’o e Milito com qualidade.
Enfim, o Barcelona atacou o tempo todo de forma infrutífera, e a Inter simplesmente não conseguiu atacar. A pergunta que fica é: para frear o espetacular Barcelona, é necessário abdicar do ataque? A resposta é não. Tivesse a Inter um Kaká ou um Gerrard, capaz de levar o time à frente com velocidade para explorar os espaços deixados pela defesa adiantadíssima do time espanhol, teria saído com uma vitória do San Siro. Mourinho precisa encontrar um jogador capaz de fazer a função do “1” em seu esquema quando o time atua no contra-ataque.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Na defesa, funcionou
Por: Leandro Miranda
Imagem: Agência / AFP
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