quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A nova Liga dos Campeões (e não-campeões)

Por: Leandro Miranda


Achei estranho quando vi o emparelhamento dos dez jogos que definirão os dez últimos classificados para a UEFA Champions League: o Arsenal contra o tradicional Celtic, a Fiorentina em um jogo equilibrado com o Sporting Lisboa, Panathinaikos e Atlético de Madrid frente a frente. Por outro lado, partidas como Ventspils (Letônia) e Zürich (Suíça), Levski Sofia (Bulgária) e Debrecen (Hungria), Kobenhavn (Dinamarca) e APOEL (Chipre). Achei que o sorteio havia sido benevolente demais com essas equipes menores, mas logo descobri que as partidas desiguais não foram obra do acaso.

Talvez pouca gente saiba, mas o sistema de qualificação para a fase de grupos da competição de clubes mais rica do planeta mudou para esta temporada que está se iniciando, a 2009/2010. As duas primeiras rodadas preliminares tiveram seu esquema mantido: campeões nacionais dos países mais mal colocados no ranking da UEFA se enfrentaram em jogos de ida e volta e definiram 17 classificados para a terceira fase preliminar. Aí, a novidade da UEFA: o torneio foi dividido em dois. Um para os clubes que foram campeões nacionais em 2009, e outro para os que não foram.

Desta forma, campeões e não-campeões não podem se enfrentar nas fases preliminares. No grupo dos campeões, os 17 classificados da segunda fase preliminar se juntaram a mais três campeões nacionais; neste ano, foram Olympiacos, Slavia Praga e Zürich. Destas vinte equipes, dez já foram eliminadas, e sairão cinco para a fase de grupos da Champions League. Na chave dos não-campeões, dez times que não venceram seus campeonatos entraram no páreo e se enfrentaram por cinco vagas. Os vencedores jogam agora contra Arsenal, Fiorentina, Stuttgart, Atlético de Madrid e Lyon, pelo direito de disputar a fase de grupos.

O novo sistema é uma forma de garantir mais campeões nacionais na fase de grupos, já que antes, sem a diferenciação, o normal era que os campeões de ligas como a da Bulgária ou da Letônia fossem eliminados pelo terceiro colocado da França, ou pelo vice-campeão holandês. O problema é que do líder ao 13º colocado no ranking de ligas da UEFA – neste ano, a Bélgica é a 13ª – o campeão nacional entra direto na fase de grupos. Isso quer dizer que teremos mais cinco campeões, com vagas garantidas pelo novo sistema, mas todos de nações que ocupam o 14º lugar do ranking para baixo. Ao mesmo tempo, times que não venceram ligas muito mais competitivas, como a russa ou a holandesa, se enfrentam em outra chave. O presidente da UEFA, Michel Platini, priorizou a politicagem, em detrimento do nível técnico da competição.

Confira as dez partidas que definem as últimas vagas na fase de grupos da Champions League (a primeira rodada acontece nos dias 18 e 19 de agosto):

Campeões
Sheriff Tiraspol (Romênia) x Olympiacos (Grécia)
Red Bull Salzburg (Áustria) x Maccabi Haifa (Israel)
Ventspils (Letônia) x Zürich (Suíça)
Kobenhavn (Dinamarca) x APOEL (Chipre)
Levski Sofia (Bulgária) x Debrecen (Hungria)

Não-campeões
Lyon (França) x Anderlecht (Bélgica)
Celtic (Escócia) x Arsenal (Inglaterra)
Timisoara (Romênia) x Stuttgart (Alemanha)
Sporting (Portugal) x Fiorentina (Itália)
Panathinaikos (Grécia) x Atlético de Madrid (Espanha)

5 comentários:

André Augusto disse...

Por um lado, é o critério mais justo, porque privilegia as equipes campeãs nacionais, mas por outro, interfere no critério técnico da competição. Mas o mais justo realmente seria dar mais espaço aos menores, na minha visão.

E o Platini foi eleito tendo como uma de suas plataformas dar mais visibilidade às federações menores.

Michel Farias disse...

No final das contas vão ficar os melhores times. Esse ano promete a liga dos campeões.

http://ofuteboleoscariocas.blogspot.com/

Lucas Pereira disse...

no final fica o mais justo?
qq é o mais justo? os times ruins só enfrentarem times ruins pra conseguir chegar em algum lugar. Até onde eu me lembro o mais justo era que em uma competição vencessem e se classificassem os times melhores e mais fortes.
Vamos fazer um brasileiro justo. A gente divide a tabela entre os 10 primeiros e os 10 ultimos em dois grupos. Todos se enfrentam dentro do grupo e no final os dois primeiros fazem a final...
os fracos só jogam contra fracos e se classificam para um fase seguinte contra um time q enfrentou adversarios muito mais dificeis. a UEFA se inspirou no brasileiro de 87 pra fazer a champions desse ano.. o fundamento é o mesmo.

Gerson Sicca disse...

Sei não, acho que esse sistema pode mesmo diminuir a qualidade técnica da competição.

Anônimo disse...

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