Carol, Emídio de Souza, Luizomar e o secretário de Esportes de Osasco, Cláudio
“O Brasil precisa saber que tem vôlei de excelência em Osasco e que se a estratégia não interessa a uma empresa, interessa a outras. Fiquei tão chocado como torcedor, mas o prefeito não pode parar e fui atrás para tentar algo melhor. Transformei limão em limonada. Uma obra pronta como o nosso time tem muita gente que quer ser patrono. Começar do zero e regar a semente não é qualquer um que faz” – Emídio de Souza, prefeito de Osasco.
Essa cidade começou com a semente e seria muita injustiça o time de vôlei feminino acabar de uma hora para a outra. Domingo, 19 de abril, as meninas do até então Finasa/Osasco foram vice-campeãs da Superliga. Segunda-feira, 20 de abril, o time chega ao fim. A empresa que patrocinava a equipe anuncia que chegaria ao fim um projeto que já duravam 20 anos. A notícia surpreendeu à todos, e de repente, quatro campeãs olímpicas: Carol Albuquerque, Paula Pequeno, Sassá e Thaísa estavam desempregadas.
Quatro dias depois, a bonança. Um grupo de empresários salva o vôlei de Osasco. Mas toda a história serviu como um aviso para a Confederação Brasileira de Voleibol, para a imprensa e para aqueles que acham que o Brasil tem estrutura de primeiro mundo. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com o Finasa/Osasco, e nem os motivos da desistência do Bradesco, mas onde há fumaça, há fogo. Como pode um time campeão quase se extinguir de uma hora para outra?
Confira as opiniões da equipe do Blog Jornalismo Esportivo:
Foi um alívio. Felizmente, a extinção do Finasa/Osasco acabou depois de quatro noites, nesta sexta de manhã. Graças à quatro empresários da própria cidade. Melhor ainda foi saber que a prefeitura não precisaria sequer investir na equipe. Do contrário, o cofre público de Osasco desembolsaria até R$ 5 milhões para o orçamento deste ano.
Também foi bom ler que a levantadora Carol Albuquerque e o técnico Luizomar de Moura renovaram seus contratos. Eles são, até agora, os únicos membros do antigo Finasa já garantidos na nova comissão. Mesmo assim, o prefeito Emídio Pereira de Souza alertou que o resto dos contratos será revisto.
E, enquanto a maioria do elenco espera o final da história, a ressurreição simbólica do principal time de vôlei do Estado de São Paulo merece ser comemorada. Um alívio para os cidadãos osasquenses que, indignados, já mobilizavam-se contra esse triste destino.
Após começar a semana anunciando o encerramento das atividades da equipe feminina de vôlei, o Finasa/Osasco recuou e, com apoio do poder público local e de empresários, continuará investindo no esporte. Apesar disso, acho importante abrirmos um espaço para discutir o trabalho que é feito para fomentar o esporte olímpico no Brasil. Isso se chegarmos à conclusão de que algo está sendo feito porque, caso esteja, o resultado não aparece.
Depois de receber a informação de que o Finasa/Osasco havia acabado com o time de vôlei fiquei me perguntando: o vôlei feminino acaba de ser campeão olímpico e aconteceu isso. Imagina então como estão os esportes que não conseguem resultados expressivos? Se a falta de apoio interfere na continuidade de um projeto do vôlei, fico pensando na situação dos praticantes de handball, atletismo, natação e outros mais.
Essa discussão é muito complexa e merece ser ampliada. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e as Confederações precisam parar de nos enganar e fornecer condições reais para que nosso esporte se desenvolva. Empresas privadas investem no esporte e não recebem nenhum tipo de ajuda para seguir no desenvolvimento da modalidade. Criticar o Bradesco/Finasa é muito simples. É preciso entender que este banco investe no esporte há décadas e a mídia e os dirigentes não lhes dão o mínimo crédito. Alguém já notou que em transmissões dos jogos o nome da empresa não em pronunciado? Portanto, a mídia também precisa parar de ser contraditória! Pedir para que haja investimento no esporte e ao mesmo tempo não divulgar a marca das empresas que o fazem é uma hipocrisia deslavada.
Depois de receber a informação de que o Finasa/Osasco havia acabado com o time de vôlei fiquei me perguntando: o vôlei feminino acaba de ser campeão olímpico e aconteceu isso. Imagina então como estão os esportes que não conseguem resultados expressivos? Se a falta de apoio interfere na continuidade de um projeto do vôlei, fico pensando na situação dos praticantes de handball, atletismo, natação e outros mais.
Essa discussão é muito complexa e merece ser ampliada. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e as Confederações precisam parar de nos enganar e fornecer condições reais para que nosso esporte se desenvolva. Empresas privadas investem no esporte e não recebem nenhum tipo de ajuda para seguir no desenvolvimento da modalidade. Criticar o Bradesco/Finasa é muito simples. É preciso entender que este banco investe no esporte há décadas e a mídia e os dirigentes não lhes dão o mínimo crédito. Alguém já notou que em transmissões dos jogos o nome da empresa não em pronunciado? Portanto, a mídia também precisa parar de ser contraditória! Pedir para que haja investimento no esporte e ao mesmo tempo não divulgar a marca das empresas que o fazem é uma hipocrisia deslavada.
Por: Sabrina Machado
Sou osasquense e com muito orgulho! Desde criança me apaixonei por alguns esportes, inclusive o vôlei. Antes dos 10 anos, não acompanhava o Finasa / Osasco, mas sim o BCN. Equipe que encantava os meus olhos infantis: Márcia Fu e companhia eram algo indescritível, elas fizeram uma cidade inteira se apaixonar por esse esporte. O Ginásio José Liberatti delirava com aquelas jogadoras!
Mais de uma década depois dessa história, recebo uma notícia que abalou a todos que gostam do vôlei, imaginem para quem vivenciou esse conto de fadas? Não quero discutir as razões pelo qual o Bradesco deixou de patrocinar o time adulto, até porque a notícia de hoje é de que o vôlei osasquense não morreu, mas o que aconteceu nessa semana é motivo de vergonha para todos os brasileiros apaixonados por esporte como eu, ou mesmo, aqueles que acreditam que o esporte pode ajudar a sociedade.
Este aviso em forma de baque serviu para os meios de comunicação valorizarem as empresas que dão apoio ao esporte. Não importa se tenham interesses lucrativos por traz ou não, porque em uma final de Superliga ou em qualquer outra situação as emissoras de TVs e, principalmente, a Rede Globo devem falar: Finasa/Osasco contra Rexona/Ades/Rio de Janeiro. O que a imprensa perde com isso? Só sei que o esporte não pode ser prejudicado por essa falta de transparência.
Imagem:
Divulgação
6 comentários:
Esta instabilidade do esporte-empresa no Brasil vem de longa data. É inequivoco a importancia da participação da iniciativa privada no esporte. Mas basquete e volei, em particular, tem vivido idas e vindas inexplicáveis. Quem não se lembra da potencia nacional da Pirelli? Antes como ADC, depois como AE. O volei era o carro chefe com a geração de William e Cia. Mas tinha ciclismo, boxe, natação... Durou quase tanto qto o Osasco. Mas acabou sucumbindo, mesmo com o Brunoro à frente.
Tomara q esta saída de Osasco não seja paliativa. O COB, antes de pensar em RIO 2016 (ou 2020, não duvidem), deveria se unir ao Ministério do Esporte de outra forma (menos $$$) para estruturar melhor as bases deste esporte olímpico talentoso, mas construído em terreno instável...
Sucesso e bom exemplo para o volei de Osasco!
Bom...é complicado falar sobre o tema quando não se tem muita base para tanto.
Mas o que eu vejo é que, se o Brasil não conseguiu transformar o maior esporte do país em uma lucrativa atividade para gerar dinheiro, com seu marketing e afins, imagine para os outros esportes.
Estamos ainda muito atrasados, e todas as ações que fazem são superficiais e enganosas...
Realizar um Pan ou uma Copa, tentar trazer uma Olimpíada para o país, mostrar a espinha na cara do jogador na entrevista para não divulgar os patrocinadores de um clube ou não divulgar o nome completo do time apenas porque a empresa não faz parte dos associados da emissora de TV, são alguns exemplos de que a 'falência' do time do Osasco não será a primeira nem muito menos a última que veremos nessa imensa e grandiosa terra...
Sabrina, Simi e Zito, acompanho o Osasco desde pirralho. Sempre contou com grandes equipes. O momento maior foi quando José Roberto Guimarães veio pra cá. Uma pena ele não poder acumular o cargo ao mesmo tempo na Seleção Brasileira. Acabar com um time como esses seria uma tremenda injustiça. Ainda bem que alguém se mexeu a tempo. Abs, PP
No ano passado fui a uma palestra de um canoista brasieiro que reclamava desta postura da mídia. Dizia ele que, quando ia dar entrevistas, os câmeras focavam apenas o rosto dele, deixando de fora da imagem os patrocínios de seu boné e de sua camiseta.
O patrocinador investe para ser visto. Por isso, a ausência de destes é sim, parcialmente é claro, culpa desta mídia.
É bem complicado esse caso do Osasco. Ainda bem que um grupo de empresário salvou o time profissional.
Mas isso é um aviso ao COB que precisa investir mais no esporte. Se o volei, que hoje é o segundo esporte no gosto do brasileiro, passou por essa crise, imagina os outros de menores expressão que não conseguem patrocínio.
vlw abs
A extinção do Osasco seria uma grande perda para o voleibal brasileiro. Logo em um momento em que estava se reerguendo. Que bom que tudo terminou bem. Agora fica a expextativa para que todas as jogadoras renovem seus contratos e nos brindem, por pelo menos mais uma temporada, com belas partidas.
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