sexta-feira, 13 de junho de 2008

A redenção

Por: Lucas Renato

Em nossa vida, muitas vezes, pequenas coisas marcam muito mais do que grandes acontecimentos. Não que aquilo fosse uma coisa pequena, pelo contrário, mas era algo que a torcida alviverde já tinha comemorado outras 18 vezes. Mas esse foi especial, talvez mais lembrado pela torcida que os quatro Campeonatos Brasileiros, o único título da Copa do Brasil, Copa Mercosul e etc. Nos quesitos emoção e carinho, este título talvez só perde para a conquista da Taça Libertadores de 1999.

12 de junho de 1993. Hoje, 13 de junho de 2008. Lá se vão 15 anos, mas o título é vivo na memória de cada palmeirense. Naquele ano, o Palmeiras completava 17 anos sem ganhar nada. A maior fila que o clube já viveu. Com o início da parceria com a Parmalat, o torcedor palestrino sonhava com a volta das conquistas.

E tinha motivos pra isso. Contando com um time cheio de craques, como Evair, Edmundo, Zinho e companhia, comandandos pelo ascendente técnico Vanderlei Luxemburgo, o alviverde chegou à decisão. Com a melhor campanha entre todos os times, tinha a vantagem do empate. O adversário? Somente o Corinthians, seu maior rival.

Primeiro jogo da final, 5 de junho. Ansiedade pelo fim do jejum e um resultado preocupante: derrota por 1 x 0, gol de Viola. Mas não foi um gol qualquer, foi o chamado "Gol Porco". O atacante fez o gol e imitou um porco. Mesmo faltando um jogo para o título de seu time, Viola provocou. Provocou não só uma torcida. Provocou os jogadores, comissão técnica, enfim, ele conseguiu provocar todos aqueles envolvidos de alguma forma com o Palmeiras.

Hoje, é sabido que o gol mexeu com todos os alviverdes. Jogadores palmeirenses da partida já disseram que o gol estimulou a equipe a reverter o placar no segundo jogo. E eles só teriam uma chance para se redimir, só uma. E ela chegou no dia 12 de junho. Metade alviverde, metade alvinegra no Morumbi.

No primeiro tempo, Zinho faz um gol para o Palmeiras e o zagueiro Henrique, do Corinthians, é expulso. No segundo tempo, mais dois gols para o time verde, marcados por Edilson e Evair. Termina o jogo, 3 x 0 para o Palmeiras. É campeão? Nada disso, mais 30 minutos de prorrogação. O regulamento previra um tempo extra.Agora sim a vantagem do empate era do Palmeiras. Mas se vencesse a prorrogação, o Timão era campeão.

Imaginem o estádio às 6 horas tarde. Esperança e angústia para os dois lados. Enfim, o campeonato se decide. Numa jogada pela direita, Edmundo, o Animal, sofre um pênalti, e o adversário é expulo. Àquela altura, 3 corintianos e 1 palmeirense já tinham sido excluídos da partida. Evair na bola. Tensão no estádio. Evair toma longa distância. Coloca as mãos na cintura. Olha pra baixo. Limpa o suor. Respira fundo. E corre...

Correu de braços abertos para a torcida, em sua tão tradicional comemoração. Ajoelhou-se na bandeira de escanteio e recebe a companhia dos demais palmeirenses. Palmeiras 4 x 0 Corinthians. Palmeiras campeão Paulista de 1993. E o Viola? Esse teve que ouvir da ensandecida torcida palestrina o coro: "Chora, Viola, imita o porco agora".

Uma lembrança a um dos títulos mais queridos do torcedor alviverde, que, nessa semana, completou 15 anos.

Imagem: Arquivo

3 comentários:

Anônimo disse...

gde texto. arrepia.
dificilmente nos, palmeirenses de td o mundo, teremos um dia dos namorados inesquecivel como esse.

forza palestra

Thiago Fagnani disse...

O primeiro título agente nunca esquece!

Foi lindo demais.....é de chorar!

Belo texto, ótima recordação

Anônimo disse...

põ otimo texto...

Esse titulo não vai ser esquecido jamais pelo torcedor palmeirense...depois de um jejum de 17 anos, uma vitoria de 4 x 0 sobre o maior rival....ahhh é para ser lembrado sempre que puder ser lembrado..!!!

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