A chama do preconceito

Por: Felipe Simi

O subdiretor do comitê organizador das Olimpíadas de Pequim, Dai Jianping, informou nesta terça-feira (25/03) que a singular medicina chinesa não será usada durante os Jogos. A declaração de Dai, que também é médico, põe fim aos receios, já bastante disseminados, de que os milenares métodos dopem os atletas.

Todavia, na China, eles sempre funcionaram. Do ninho fervido com saliva de andorinha à farinha moída com pedaços de pérola, as misturas médicas de lá favorecem o pulmão, o rim, os olhos, a memória, o sistema imunológico e por aí vai. Tudo bem, alguns deles embrulham o nosso estômago – o nosso! - só de pensar... Mas, por lá, são costumes.

Apesar do bloqueio, Jianping fez uma ressalva: as tradicionais massagens e acupuntura chinesas estão mantidas no protocolo médico das competições.

Eu, particularmente, não quero deduzir que essa “preocupação” estrangeira com a medicina oriental só tenha vindo à tona neste ano graças às Olimpíadas. Seria mesquinhez demais da nossa parte.

Imagem: Comitê Olímpico Internacional/Getty