Por: Rafael Zito
91 a 80. Este foi o resultado que decretou o fim do sonho da vaga para os Jogos Olímpicos Pequim 2008, no Pré-Olímpico de Las Vegas. Não vou escrever sobre o jogo porque repetiria tudo o que já foi dito desta seleção. Os jogadores em si são os menos culpados, já que vestem a camisa verde a amarela e vão para a quadra lutar pela vitória. Até quando o basquete ficará nas mãos de pessoas sem capacidade para geri-lo? Até quando ficaremos dependendo de valores individuais? Quando teremos um planejamento para melhor nos prepararmos?
As respostas para estas perguntas são cruciais para que o basquete nacional volte aos seus velhos e bons tempos. É preciso realizar um faxina geral no comando do esporte, desde o ineficiente Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), até chegar a Comissão técnica. Foi comprovada a falta de capacidade do técnico Lula no comando da equipe. Não tínhamos variações ofensivas, as movimentações se repetiam até o adversário absorvê-las e eliminar as ações dos nossos jogadores. Não se vence apenas colocando estrelas da NBA na quadra, é preciso treinar, se preparar, elaborar jogadas e repeti-las a exaustão.
E foi assim que a seleção da Argentina conquistou a vaga. Eles não tiveram Emmanuel Ginobili, mas tiveram dois meses de treinamento; Andrés Nocione também não foi, mas esteve presente uma excelente estrutura tática; Fabricio Oberto, outro desfalque, porém a variação ofensiva e o controle de bola estiveram mais ativos do que nunca. Eles deram aula de como se preparar para conquistar um objetivo. Aí pode surgir a pergunta: como um time pode alcançar uma meta sem ter os melhores jogadores? A resposta é simples: TRABALHO! Dos 12 atletas que defenderam o selecionado argentino nesta competição, apenas um seria titular absoluto se todos estes craques tivessem comparecido. Este cara é o fantástico Luis Scola!
Sabendo desta situação, o que o técnico Sérgio Hernandez e sua comissão técnica fizeram? Reuniram 12 jogadores e trabalharam forte o sistema tático, a organização ofensiva e defensiva e a tranqüilidade para manter o controle emocional em momentos adversos. Isso tudo se obtém, depois de muita confiança no trabalho que esta sendo realizado. A partir disto é que se consegue fazer com que o talento individual desequilibre. E é aí que entra o excepcional jogador número 4. Dentro de um sistema bem desenvolvido, Scola aparece para decidir, com arremessos certeiros, bloqueios simples e um domínio dos movimentos fora do normal. Novamente reafirmou-se que em um esporte coletivo se vence coletivamente. As individualidades só aparecem dentro de um trabalho coletivo perfeito!
Parabéns aos Argentinos que conseguiram o direito de defender o título Olímpico ganho em Atenas-04. Ao Brasil resta repensar tudo e se preparar para o Pré-Olímpico Mundial em Junho de 2008. Lá nossa equipe terá a última chance de garantir vaga. Vocês acreditam? Eu não! Não acredito porque acho que nada vai mudar. O basquete brasileiro que poderia se reerguer, volta a respirar por aparelhos. Sabe o que o Brasil precisa fazer para voltar forte ao cenário mundial? Precisa olhar logo aqui ao lado e ver como a Argentina está trabalhando e desenvolvendo a modalidade dentro do seu país.
Um comentário:
Rafa, queria cumprimentá-lo pelo texto, ele está à altura de alguém que conhece o que diz.
Pra mim, perdoem-me a acidez, Nenê é um pipoqueiro, jogou nada neste torneio, Nezinho é um grande perdedor, não sabe respeitar os companheiros e muito menos o técnico ao se recusar a entrar em uma partida. Pensa que joga muito. Pára.
Sem falar o jogador que eu nem sei o nome que falou um monte de bobagem à imprensa. Quer aparecer?
Pra mim, o Lula é um bom técnico. Apenas isso.
Quero dar parabéns ao Leandrinho e Alex pela raça no torneio. Esses sim jogam muito
E agora, creio que ficou mais difícil se classificar no Pré Olímpico Mundial. Mas vamos ver.
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