
No começo da entrevista com Noriega, conversamos sobre os favoritos para o Mundial. Para o jornalista, na Copa não há espaço para surpresas e os principais candidatos são as seleções acostumadas a chegar. “Os favoritos são aqueles de sempre. São os times grandes: Brasil, Argentina, Itália, acredito que a Inglaterra esse ano vai com um time legal e a Espanha passou a ser favorita depois que ganhou a Eurocopa em 2008. A Alemanha é outra que nunca se pode esquecer. A Copa não é muito lugar para zebra”, afirmou.
Esse será o primeiro Mundial disputado em solo africano. Além do país sede, a África do Sul, as demais seleções que representam o continente são Camarões, Gana, Argélia e Costa do Marfim, que está no grupo do Brasil. Na história das Copas, a melhor campanha de uma país africano foi a classificação para as quartas de final da Copa de 1990, quando Camarões foi eliminado pela Inglaterra, por 3 a 2, na prorrogação. Será que alguma seleção do continente conseguirá superar a campanha dos camaroneses no Mundial da Itália?
Questionado sobre a expectativa com relação aos sul-africanos, Noriega
A participação brasileira na competição começa na próxima terça-feira diante da Coreia do Norte. Além dos norte-coreanos, o Brasil enfrentará Costa do Marfim e Portugal, respectivamente. “Acho que tem um desnivelamento técnico muito grande em relação à Coreia do Norte. Por isso, o Brasil pode, mesmo com a retranca, furar o bloqueio por causa dessa falta de qualidade técnica dos jogadores. De repente um drible do Robinho, uma jogada individual. Os outros times são mais fortes, Costa do Marfim e Portugal. Seria bom para o Brasil não chegar ao jogo de Portugal precisando do resultado”, avaliou o jornalista, que está na África do Sul na cobertura do Sportv.
Faltando cinco dias para o primeiro jogo do Brasil, o técnico Dunga não deve fazer muitas alterações na equipe que atuou nos últimos dois amistosos contra Zimbábue (3 a 0) e Tanzânia (5 a 1). “É esse futebol que a gente viu aí. Não vai mudar muito não. É um time que marca muito forte, com uma defesa sólida e mortal no contra-ataque. Se os adversários derem o contra-ataque acho que o Brasil vai muito longe na Copa e com todas as chances de ser campeão”, opinou.
Um dos problemas do período de Dunga no comando do Brasil é a lateral esquerda. Pelo setor passaram Filipe Luís, Kleber, Carlinhos, Richarlyson, André Santos, Michael Bastos e Gilberto. Após quatro anos d
Com relação a sua preferência entre as duas opções de Dunga, o jornalista não teve dúvidas em apontar o jogador do Cruzeiro como a melhor alternativa. “Eu gosto mais do Gilberto. Por ser também jogador de meio-campo, tem um controle, toque de bola, ajuda a marcar. O Michael Bastos tem jogado muito mais como atacante do que qualquer coisa. Tem atuado em uma função mais voltada para o ataque”, declarou.
O lado esquerdo não é o único problema da convocação do treinador da Seleção. Assim como muitos analistas, Noriega acredita que o técnico chamou diversos jogadores que possuem características parecidas. Por esse motivo, o comentarista acha difícil que Dunga consiga alterar o jeito do Brasil atuar durante os jogos. “Mudar a cara do time não vai porque não tem muitos jogadores com essa característica. Não tem um Ganso, um Alex, um Diego. Os jogadores de meio-campo possuem as mesmas características. Você não tem um reserva para o Kaká, por exemplo. O jogador que entrar na vaga do Kaká, se ele não puder jogar, são todos jogadores diferentes dele. Talvez esteja aí uma grande dificuldade”, avaliou.
Durante a conversa, Noriega lembrou das dificuldades que o Brasil tem para enfrentar o
“A Espanha joga o que o Brasil costumava jogar. Tem o controle do jogo. O meio-campo da Espanha me grada mais do que o do Brasil pelo estilo. Mas, o meio-campo do Brasil é muito bom também, mas é diferente, mais marcador, de roubar a bola e acionar o ataque em velocidade. Gosto mais do estilo de jogo dos espanhóis. Um time que controla melhor: com a bola no chão e toques. Vi a Espanha jogar de perto na Eurocopa e fiquei muito impressionado com o entrosamento e com o toque de bola em velocidade”, analisou.
Imagens:
Divulgação / Editora Contexto
Rafael Zito
Sabrina Machado
Um comentário:
Quero ver o relato do jogo de botão: Zito x Nori
Postar um comentário